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Coronel Ustra, símbolo máximo da repressão e da ditadura, morre sem jamais ter sido punido
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Morreu o coronel Carlos Alberto Brilhante Ustra, aos 83 anos. Chefe do Doi-CODI, em São Paulo, na época mais pesada da ditadura brasileira, ele faleceu aos 83 anos, no Hospital Santa Helena, em Brasília.

O Doi-CODI, nascido da Operação Bandeirantes, foi um dos momentos mais cruéis da repressão durante o regime militar. Virou o símbolo dos “porões” da ditadura. A estrutura montada por Ustra, e que ele chefiou entre 1970 e 74, foi responsável por torturas e mortes.

O Doi-CODI reunia militares e civis, sempre com o mesmo objetivo: reprimir agentes de esquerda que eram vistos como um perigo para o governo ditatorial. Seu principal parceiro na repressão foi o delegado Fleury, mais tarde chefe de um grupo paramilitar que matava pessoas de esquerda, um esquadrão da morte com o qual o regime era conivente.

Levantamento do Brasil: Nunca Mais diz que durante o período de Ustra no Doi foram torturadas lá 502 pessoas. Mais tarde, a estrutura montada por ele causaria algumas das mortes mais famosas do regime, a de Vladimir Herzog e a do operário Manuel Fiel Filho.

Apesar de todos os seus crimes, Ustra sempre negou o que a história tinha comprovado. À Comissão Nacional da Verdade, afirmou que nunca torturou pessoalmente e disse que não havia “anjinhos” entre as pessoas que eram interrogadas no Doi.

Anistiado pela própria ditadura que ajudou a manter, graças à Lei da Anistia assinada pelo último ditador do país, general Figueiredo, jamais pôde ser processado. Morreu em liberdade, tendo um livro de sua autoria, “A verdade sufocada”, sendo vendido nas principais livrarias do país, contando a sua versão dos fatos.

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