A votação dos deputados paranaenses no impeachment deverá demorar pouco mais de cinco minutos. São 30 deputados federais e cada um terá apenas 10 segundos para registrar seu voto diante do microfone. Exatos 300 segundos, mais a demora para que cada um comece a falar. Quase nada. Mas será o final de um longo processo de conversão da bancada à tese do impeachment, levado a cabo ao longo do ano.
Logo após a eleição de Dilma, cerca de metade dos deputados do estado resolveu ficar ao lado do governo. Na oposição estavam bancada do PSDB (à época com quatro deputados), o PPS (com dois), o PSB (outros dois), além de alguns parlamentares isolados, como Francischini (SD), Roman (PSD), Marcelo Belinati (PP), Osmar Serraglio (PMDB), Takayama (PSC) e Leandre (PV).
No governo, além de petistas, estava a maior parte do PMDB, a maior parte do PP (que teve o vice-líder do governo no Congresso), e vários parlamentares 1que não tinham qualquer ligação com o petismo, mas que preferiram ficar ao lado do governo, como Canziani (PTB) e Giacobo (PR).
Com a degradação da popularidade do governo, a situação ficou propensa a mudanças. Mas foi só depois da aprovação do pedido de impeachment por Eduardo Cunha (PMDB), com a perspectiva do final do governo Dilma, que os deputados passaram a se manifestar claramente contra o governo. Os que tinham menor ligação com o petismo foram os primeiros a sair.
Até esta semana, porém, o estado ainda aparecia nos mapas do impeachment como tendo seis votos a favor de Dilma e quatro independentes. Um terço da bancada (exatamente o suficiente para livrar a presidente, na proporção). Isso, principalmente depois que Aliel Machado (Rede) anunciou seu voto contra o impeachment, fazia parecer que havia algum resquício de apoio a Dilma na bancada fora do petismo. Mas não.
Aliel é próximo ao PT. Foi eleito pelo PCdoB. Em Ponta Grossa, é visto como um representante da esquerda. E, fora ele, só restaram a Dilma cinco deputados no estado. Quatro foram eleitos pelo próprio PT (embora dois tenham pedido o boné depois de a crise política se agravar) e Nelson Meurer, do PP.
Os restantes, os indecisos, foram rapidamente migrando para o lado que cada vez mais parece fadado à vitória. Ricardo Barros passou para lá. João Arruda. E aparentemente Frangão (PMDB) e Sergio Souza (PMDB) fizeram o mesmo, embora sem anúncios públicos.
Com isso, o mais provável é que nos cinco minutos do Paraná, haja 24 votos contra Dilma e só seis a favor. Apenas 20% de apoio à presidente, muito menos do que o suficiente para salvá-la.
Quem começa a votação é Alex Canziani, do PTB. Em vídeo de 2014 ele explicava que defendia Dilma e o porquê. Agora, será o primeiro do estado a votar por seu impeachment.
Veja a lista e os prováveis votos:
Alex Canziani (PTB) – Sim
Alfredo Kaefer (PSL) – Sim
Aliel Machado (Rede) – Não
Assis do Couto (PDT) – Não
Christiane Yared (PR) – Sim
Diego Garcia (PHS) – Sim
Dilceu Sperafico (PP) – Sim
Enio Verri (PT) – Não
Evandro Roman (PSD) – Sim
Fernando Francischini (SD) – Sim
Giacobo (PR) – Sim
Hermes Parcianello (PMDB) – Sim
João Arruda (PMDB) – Sim
Leandre (PV) – Sim
Leopoldo Meyer (PSB) – Sim
Luciano Ducci (PSB) – Sim
Luiz Carlos Hauly (PSDB) – Sim
Luiz Nishimori (PR) – Sim
Marcelo Belinati (PP) – Sim
Nelson Meurer (PP) – Não
Nelson Padovani (PSDB) – Sim
Osmar Serraglio (PMDB) – Sim
Ricardo Barros (PP) – Sim
Rubens Bueno (PPS) – Sim
Sandro Alex (PSD) – Sim
Sergio Souza (PMDB) – Indeciso
Takayama (PSC) – Sim
Toninho Wandscheer (Pros) – Não
Zeca Dirceu (PT) – Não
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