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As empreiteiras que estão na Operação Lava Jato entre as maiores do Brasil há muito tempo. E várias delas são alvo de denúncias há décadas. É o que mostra, só a título de exemplo, o caso da Ferrovia Norte-Sul, licitada no governo de José Sarney, nos anos 1980.

Na época, a coluna de Jânio de Freitas, na Folha de S.Paulo, deu um furo histórico ao antecipar de maneira precisa quais seriam as vencedoras da licitação, lote a lote. O resultado foi publicado de maneira cifrada no caderno de Classificados e, depois de abertos os envelopes, isso serviu de prova de que já se sabia quem ficaria com o que (um clássico do jornalismo nacional, diga-se de passagem).

O curioso é ver que quatro das empreiteiras da Lava Jato estavam lá, como mostra a lista abaixo:

“Lote 1A, vencedora a Norberto Odebrecht; 2A, Queiroz Galvão; 3A, Mendes Jr.; (não existe o lote 4A); 5A, C. R. Almeida; 6 A, Serveng; 7A, EIT; 8A, Cowan; 9A, Ceesa; 1B, CBPO; 2B, Camargo Correa; 3B, Andrade Gutierrez; (4b não existe); 5B, Constran; 6B, Sultepa; 7B, Construtora Brasil; 8B, Alcindo Vieira; 9B, Tratex; 10B, Paranapanema; 11B, Ferreira Guedes.”

O caso, na época, não teve uma investigação tão aprofundada como a da Lava Jato nem levou ninguém para a cadeia.

Para os pessimistas, isso talvez signifique que o país nada evoluiu desde lá, e que o jogo continua sendo jogado da mesma maneira. Para os otimistas, poderá mostrar que a Polícia Federal, o Ministério Público e o Judiciário estão podendo atuar como nunca antes atuaram.

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