Não é de espantar que os trabalhadores do táxi estejam falando em greve. Trata-se, como mostra matéria desta Gazeta, dos taxistas que atuam nos carros de empresas. Ou seja: o patrão não é uma pessoa física, dona da concessão. A concessão foi dada a uma pessoa jurídica. E uma empresa comanda várias placas, vários carros.
A Urbs, no recadastramento recente, voltou a cobrar, com razão, que os donos das placas (pessoas físicas) dirijam o automóvel pelo menos em parte do período, podendo contratar motoristas auxiliares para que os carros não fiquem parados. Mas pegou leve com as empresas, que continuam com a permissão para rodar e para cobrar quanto quiserem de seus funcionários.
As empresas cobram caro: cerca de metade do que o motorista pode cobrar por quilômetro vai para a empresa. Mas há mais: o motorista precisar pagar por quilômetro também quando está indo até a corrida e quando está vazio. Paga sempre, recebe às vezes. E precisa arcar com outros custos: combustível, limpeza do carro e eventuais multas, por exemplo.
Como não estamos em uma economia dirigida, é claro que faz sentido que as empresas tenham certa liberdade para negociar. Mas se, como no caso, trata-se de uma concessão pública, faz todo o sentido que a Urbs pelo menos ajude na negociação, impedindo que um bem público seja utilizado para que se tire dinheiro sem trabalhar, à custa dos outros.
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