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Ensino “inadequado”, a verdadeira tragédia nacional
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A repórter Adriana Czelusniak mostra hoje nesta Gazeta a verdadeira tragédia nacional, exemplificada mais uma vez por nossa província. Graças a um sistema educacional cheio de falhas, nossos alunos continuam saindo das escolas, ano após ano, com uma formação inadequada. Inadequada para que? Essa é a pergunta de um milhão de reais. Inadequada para a vida deles e para o que se possa esperar que eles façam pelos outros, pelo país.

Há um mérito inegável na educação brasileira, conseguido nos últimos 20 anos (especialmente no governo de Fernando Henrique, dê-se o crédito). É a universalização das primeiras séries do ensino. As condições estão longe de ideais nas salas, mas como diz Cristovam Buarque, é melhor um aluno de pé numa sala de aula sem carteiras do que sentado na calçada em frente. O problema é: depois da universalização, o que se esperava era uma melhora na qualidade de ensino. E cadê?

Os problemas aparecem na hora da prova. Mas começam bem antes. começam na geração anterior, que hoje dá aulas, e que teve o mesmo sofrimento para sair do colégio. Passa pela contratação por salários baixos, em editais que afugentam, os melhores candidatos. E continuam com uma política que mantém os professores sem perspectiva de melhoras e os alunos sem incentivo para ir adiante.

Houve avanços nos governos mais recentes, claro. A própria exigência de condicionalidades para que a família receba benefícios sociais é um exemplo. Mas é pouco. A grande mudança viria não só com um aumento de verbas para o setor, mas com uma política de contratação que levasse os nossos melhores para a sala de aula. É conhecida a história da Finlândia, onde só entra para dar aula a elite escolar, com necessária pós-graduação. Não seria preciso tanto.

Não há país que vá em frente sem melhoras na educação. Se Dilma Rousseff conseguir injetar mais dinheiro com os royalties do petróleo, terá feito um avanço significativo. Mas é pouco, porque não se trata só de dinheiro. O dinheiro é fundamental. Mas o que se precisa é de uma consciência nacional de que todo o resto pode até esperar. A reforma da educação, não.

 

 

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