O Facebook permitiu que anunciantes pudessem dirigir seu conteúdo para público exclusivamente antissemita. A descoberta foi da ProPublica, uma agência norte-americana de jornalismo independente. Depois da revelação, o Facebook retirou as tags mais polêmicas do ar.
Ao anunciar na rede social, a empresa que está pagando pelo patrocínio de seu post pode escolher quem pretende atingir prioritariamente. Pode selecionar um país, região, uma cidade, por exemplo. Pode escolher sexo, idade etc. E também pode escolher perfis.
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Os usuários da rede são classificados por seus gostos e preferências. Assim, se uma empresa quer encontrar gente que come chocolate ou que vota em determinado partido, o Facebook faz o que pode para achar essas pessoas. O anúncio é dirigido para elas e, em tese, é mais eficiente.
O que a ProPublica descobriu é que algumas dessas “tags” eram claramente direcionadas a grupos de antissemitas. Em tradução aproximada, as tags previam direcionamento a “pessoas que odeiam judeus”, “como queimar judeus” e “História de ‘Por que os judeus destroem o mundo'”.
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A ProPublica afirma que, para comprovar que as tags de fato existiam, comprou três patrocínios de post, que foram aprovados pelo Facebook, selecionando esses critérios. Só mais tarde a agência informou a rede social sobre o fato, causando o desaparecimento das tags.
Em uma reportagem anterior, a ProPublica também denunciou o Facebook por permitir que em um anúncio imobiliário houvesse a possibilidade de proibir que o post fosse direcionado a negros e hispânicos, por exemplo.
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