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Foto; Gilberto Abelha/Arquivo Jornal de Londrina.
Foto; Gilberto Abelha/Arquivo Jornal de Londrina.| Foto:
Foto; Gilberto Abelha/Arquivo Jornal de Londrina.

Foto; Gilberto Abelha/Arquivo Jornal de Londrina.

É cedo para dizer com certeza o que aconteceu. Mas tudo indica que a Guarda Municipal de Curitiba errou e errou feio na prisão de um jovem negro. A denúncia é de que o rapaz estava ouvindo rap alto na rua (o que não é crime) e foi abordado. Até aí, ok.

O que aconteceu em seguida. A denúncia do rapaz (que não vai ter o nome divulgado aqui por ser candidato neste ano) é de que ele não só foi preso como apanhou. Também teria sido tratado com preconceito, vítima de injúria racial (teriam duvidado que ele poderia ser advogado por ser negro e ouvir rap).

A Guarda diz que ele foi preso por desacato (sempre o motivo mais tolo para qualquer prisão). E informou que se receber denúncias (como se as denúncias pela imprensa não fossem suficientes!) irá investigar supostos abusos.

O prefeito Gustavo Fruet manteve um estranho silêncio sobre o caso – pelo menos até aqui. Independente de ser ou não época de eleição, deve se pronunciar. E deve exigir uma investigação rápida e aprofundada.

A Guarda Municipal foi criada para cuidar de prédios públicos. Com o tempo, foi virando uma minipolícia. Ganhou direito a usar armas de fogo. Passou a prender. Fazer batidas. A atirar. Pouco a pouco, se transforma em uma nova polícia militar, abandonando sua função inicial.

Tendo de início um caráter mais “cidadão” e parecendo mais disposta a respeitar direitos, aos poucos a guarda também parece estar perdendo parte importante de suas essência.

Todos os dias no Centro você vê batidas da Guarda. Normalmente, parecem atrás de drogas. Param jovens. Normalmente negros. Normalmente de aparência pobre. Fazem passar pela humilhante revista.

E começa agora a apresentar os piores vícios da PM em que vem se transformando. Denúncias de maus tratos, de desrespeito aos direitos humanos. De truculência. E não foi a primeira vez. Ano passado, guardas interromperam um evento de música (rap, de novo! de novo com jovens da periferia!) na base da truculência.

O caso novo serve de alerta, para este e para os futuros prefeitos. Se o papel da Guarda for mesmo de policiar, que seja para proteger o cidadão. E não para ser mais uma fonte de violência em nossa sociedade.

A discussão ocorre no Brasil inteiro. Aqui, por exemplo, você vê um artigo mostrando a preocupação com possíveis casos de violência ligados às Guardas.

Leia mais: A truculência das autoridades em Curitiba

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