Há 79 testemunhas na eleição do TC. Vão se pronunciar?

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Se houve mesmo acordo entre Judiciário e Executivo para eleger Fabio Camargo, há pelo menos 79 testemunhas do caso. São 54 os deputados estaduais que participaram da eleição para conselheiro do Tribunal de Contas. E 25 os integrantes do Órgão Especial do TJ que, no mesmo dia, autorizou a liberação de bilhões para o caixa do governo estadual. Só faz sentido haver pressão de um lado se tiver havido pressão do outro.

Até o momento, só um dos deputados veio a público dizer que houve pressão. É pouco para condenar. Não é pouco para começar a investigar. Até porque há indícios de que algum acordo houve. Não é comum uma candidatura ao TC crescer como a de Fabio Camargo cresceu depois que seu pai, o desembargador Clayton Camargo, assumiu o TJ. Não é comum no mesmo dia haver duas votações importantes envolvendo as mesmas pessoas, e o resultado ser uma feliz coincidência para os três poderes.

Que há indícios já foi dito pelo MP. E aparentemente o CNJ concorda. Agora, aparece a primeira testemunha. Se não houver outra, a palavra de Elton Welter fica fragilizada. Os outros deputados podem desmenti-lo. O que não podem é querer intimidá-lo como já está sendo feito: dizem que ele está colocando a Casa sob suspeita sem apresentar provas, e que pode pagar por isso.

Não, Welter não pode pagar por isso. Primeiro, porque tem imunidade parlamentar exatamente para isso, para fazer denúncias quando for o caso. Também não tem a obrigação de produzir provas. Ameaças, quando há, não se dão à luz do dia, nem em frente a gravadores ou câmeras. São feitas às escondidas, sem ninguém ver. Sem provas. A prova é a palavra de quem sofreu a ameaça, e isso não pode ser descartado.

Há duas possibilidades. Welter está falando a verdade, e seus colegas mentem. Ou ele mente e seus colegas estão certos. Isso quer dizer que ele colocou a Assembleia sob suspeita? Convenhamos, senhores, a Assembleia anda sempre sob suspeita.