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Helicóptero com meia tonelada de cocaína é novo símbolo político nacional
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cocaina

O caso do deputado estadual mineiro Gustavo Perrella parece servir como manual das mazelas mais graves da política brasileira. Relembrando rapidamente o caso: o helicóptero do deputado foi usado para transportar mais de 420 quilos de pasta-base de cocaína. O piloto, claro, diz que seu patrão não sabia de nada e que ele próprio fez o transporte sem saber do que se tratava.

Perrella é integrante do Solidariedade, o partido criado por Paulinho da Força para ser a renovação da política nacional. A quantidade de vícios (sem trocadilho), porém, que esse primeiro grande ato de um integrante do Solidariedade mostra, é impressionante. Começa-se a lista com a falta de fidelidade partidária disfarçada e com o caráter oligárquico de sua eleição: Gustavo é filho do senador Zezé Perrella, do PDT mineiro. Há ligações da família com a cartolagem do futebol, já que Zezé foi presidente do atual campeão brasileiro, o Cruzeiro.

Levados ao poder pelo dinheiro, inclusive da cartolagem, os Perrella seguiram a cartilha. Colocaram a família toda para se beneficiar do dinheiro público em diferentes cargos. Depois, aproveitaram as benesses do poder para manter seu patrimônio privado: a investigação mostrou, por exemplo, que o deputado estadual gastou R$ 3,5 mil de sua verba de gabinete para abastecer de combustível o helicóptero pego com droga.

O desrespeito à lei vem antes mesmo da especificação da carga. O helicóptero estava registrado na Anac como particular, e não podia fazer fretes. Embora diga que não soubesse que se tratava de droga, Gustavo Perrella sabia que sua máquina – abastecida com dinheiro público – iria fazer frete. O piloto disse saber que pagariam R$ 106 mil pelo frete e que, pelo valor, imaginou que se tratava de droga. Até porque fazia isso no lugar de outro piloto que havia sido preso no domingo anterior.

Perrella não só não sabia do que se tratava como também tem de não ter desconfiado do valor estrondoso oferecido para que se fizesse uma única viagem. Os fretes, dizem, eram feitos para pagar a manutenção do helicóptero, ou pelo menos é isso que explica o ubíquo Kakay, advogado dos Perrella.

 

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