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Jucá bem que avisou: Temer assumiu para acabar com a Lava Jato
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A cada iniciativa do Congresso ou da Presidência que parece colocar mais um obstáculo à Lava Jato, alguém se lembra de colocar no Facebook aquela conversa de Romero Jucá com Sergio Machado, da Transpetro. Sabe qual? Lembra? Aquela em que Jucá dizia que era preciso colocar Michel Temer no poder para “delimitar” a Lava Jato onde ela estava.

Não é à toa que o trecho tem aparecido bastante – tem havido vários ataques à Lava Jato. E muitos motivos para achar que a operação pode realmente estar com os dias contados.

Num trecho menos famoso, Jucá é bem explícito sobre o projeto de colocar um fim nas investigações. “Tem que mudar o governo pra estancar essa sangria.”

Muita gente discordará (e o que se escreve sobre política sem causar tumulto hoje em dia?) mas se Dilma teve um mérito foi de deixar a Lava Jato correr. O PT, apesar de cometer diversos atos de corrupção, inclusive institucionais, deixou a PF investigar e o MP denunciar.

Jucá, que falou em colocar Temer para estancar a investigação, virou ministro assim que Temer assumiu. Depois de mais um escândalo, caiu. E aí o que aconteceu com ele? Virou líder de Temer no Senado. É fácil fazer a conta: quando falava ao telefone, ele falava sabendo muito bem como o próprio Temer pensava.

A anistia ao caixa dois só não passou por pressão popular – pela “voz das ruas”, como disse o próprio Temer. Não fosse por isso, numa madrugada da semana passada o Congresso, não duvide, já teria feito passar a anistia (Reinaldo Azevedo, o porta-voz do governo Temer, pode dizer o que quiser para tentar provar o contrário).

Agora, vem a proposta do abuso de autoridade. Os procuradores da Lava Jato deram um chilique que não é compatível com o cargo – estão se metendo onde não foram chamados quando dizem que o Congresso é isso ou aquilo: o papel deles é outro, não de resenhistas da política profissional.

Mas é evidente que se trata de mais um assalto à Lava Jato. Renan Calheiros diz que a operação, para ele, é sagrada. Se a metáfora religiosa for apropriada, ele blasfema. Renan não é defensor de investigação alguma: ele é um dos investigados. E por isso mais do que suspeito para se colocar no papel de imparcial neste processo.

Em breve, virão mais ataques à investigação. Principalmente agora que a Odebrecht entrou em cena.

Os procuradores acham que vão pressionar os políticos, queimando o filme deles com os eleitores ao colocá-los no papel de assassinos da Lava Jato. É um movimento arriscado. Não há ninguém batendo panelas (ainda) contra Temer. E sabe-se que quem colocou Temer no poder ainda não tem motivos para tirá-lo de lá.

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