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Foto: Ricardo Moraes/ Reuters
Foto: Ricardo Moraes/ Reuters| Foto:

O jornal britânico The Guardian foi mais um a fazer uma longa reportagem sobre a Lava Jato. Já de cara, no título, pergunta se pode ser a maior investigação de corrupção na história do planeta. O texto, longo e disponível apenas em inglês, conta toda a história da operação com um grau impressionante de detalhes.

O texto não apenas mostra a sequência de fatos como tenta fuçar nas fontes de cada problema estrutural descoberto. Não se trata de propaganda de nenhum lado. E, apesar de um outro escorregão, a reportagem consegue fazer um belo trabalho de mostrar a situação para um leitor de fora, que não sabe nada sobre o assunto.

Uma das escorregadas é dizer que Curitiba é “culturalmente muito diferente” de outras cidades do país e que é conhecida como “a Londres brasileira” (!?). A segunda parte da afirmação – de que os curitibanos costumam ser “mais rigorosos” com seus políticos depende de uma avaliação mais subjetiva.

Ironia

O jornal conta todas as mutretas do petismo, mas dá um crédito que muitas vezes é esquecido nesses relatos: o de que o governo Lula foi responsável por fortalecer a Polícia Federal. O próprio jornal admite que isso foi uma ironia.

“Antes do Lula assumir, a gente não tinha poder pra nada”, diz o representante do sindicato dos policiais federais ouvido pelo jornal, Luis Humberto. “O PT aumentou nosso orçamento, atualizou nosso equipamento e deu mais autoridade. É irônico. Eles caíram por ter feito a coisa certa”, diz.

Ao final, o Guardian afirma que o futuro do país agora depende não só da Lava Jato. “No longo prazo, muitos ainda acreditam que a Lava Jato vá tornar o Brasil um país mais justo e mais eficiente, governado por políticos mais corretos e que obedeçam as leis. Mas também existe um risco de que a operação desmonte a frágil democracia do país e que abra caminho para uma teocracia evangélica de direita ou para a volta de uma ditadura. Se esse expurgo será ou não uma cura para o Brasil vai depender não só de quem cair, mas também de quem vier em seguida.”

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