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Jaime Lerner é um dos novos conselheiros efetivos do Cepha.
Jaime Lerner é um dos novos conselheiros efetivos do Cepha.| Foto:

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Jaime Lerner foi o primeiro a se aposentar dentre os políticos de maior peso (sem nenhum trocadilho) de sua geração no Paraná. Desde que deixou o governo do estado em 2002, e lá se vão 12 anos, não disputa mais eleições e tem até mesmo evitado dizer em quem vota. Sabe que “lernismo” virou atrapalho mais do que ajuda, especialmente em função das privatizações que fez e tentou fazer em seu segundo governo.

E, no entanto, Lerner de certa maneira continua sendo decisivo nas eleições paranaenses. Em todas elas. Basta ver o caso do pedágio para se ter uma noção. O ex-governador criou em 1998 o anel de integração distribuído em seis lotes e leiloou o sistema para as pedageiras. Já na sua reeleição precisou rever preços. Depois, a cada quatro anos, cada candidato tem de dizer o que fará, ou não fará, com os pedágios do estado.

Requião, em 2002, se elegeu como um “antilerner” (ou baixa ou acaba). Alvaro Dias e Beto Richa, à época, eram vistos como mais próximos do ex-governador e perderam. Em 2006, Requião, cheio de ações contra o pedágio, repetiu a dose contra Osmar Dias. Beto Richa se elegeu com discurso bem diferente, mas ainda hoje tem de explicar por que não fez algo mais para enfrentar o legado lernista.

Um legado bem mais interessante do governo Lerner, o ParanáPrevidência também entra na pauta de qualquer eleição. Em tese, se tudo tivesse sido feito à risca, o Paraná estaria perto de não ter mais de usar dinheiro do caixa para pagar aposentadorias. Mas Requião e Richa pisaram na bola, não depositaram o que deviam, e agora todo candidato precisa dizer o que fará com o pepino herdado.

Diga-se o que se disser de Lerner, o ex-governador parece ter sido o último a ter feito alguma inovação na gestão do estado. Os pedágios são caríssimos e o contrato, horrível. Mas ele percebeu antes dos outros que o estado não teria caixa para bancar obras de grande porte sozinho. Viu também que a folha de pagamento seria um problema caso não se retirasse da conta as aposentadorias. Sem contar outras coisas, como a Costa Oeste, ou Faxinal do Céu.

Alguns legados foram terríveis, outro eram ótimos (e Faxinal do Céu, por exemplo, virou nada). Mas os que vieram depois vêm mais fazendo emendas e dizendo como repetirão ou desdirão Lerner. Algo isso significa.

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