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Lá vamos nós de novo para a discussão sobre a influência do governo onde ele não deveria influenciar: Lula, o Filho do Brasil acaba de ser indicado como representante do país na disputa pelo Oscar.

Há dois temas que valem discutir: um, o filme merece? Dois, até onde foi para fazer política que a indicação saiu?

A primeira pergunta é mais fácil de responder. O filme sobre Lula é fraco. Não tem nenhuma chance de ser indicado entre os cinco finalistas do Oscar.

O próprio produtor do filme, Luiz Carlos Barreto, admitiu que o objetivo era ganhar dinheiro. O filme foi feito assim: contando uma boa história, é verdade, mas de maneira rasa, popularesca, para agradar as multidões.

Não há qualquer sofisticação intelectual no filme. É a trajetória romantizada do operário que virou presidente. Só. Quase uma novela.

É meio parecido, nisso, com outros filmes biográficos brasileiros que fizeram algum sucesso de público, como Olga e Dois Filhos de Francisco.

A segunda pergunta é mais complicada. A indicação, que normalmente era feita só pelo Ministério da Cultura, agora foi feita por mais gente. Mas a maioria tem relações com o governo.

Dos nove jurados, quatro são do Ministério da Cultura. E um é da Ancine, a agência reguladora do cinema, que é ligada ao Ministério da Cultura. Quatro outros são da Academia Brasileira de Cinema.

O fato é que, no meio de todas as denúncias de confusão de público e privado, não vai pegar bem para o governo o fato de representantes seus terem ajudado a alçar o presidente à condição de candidato ao Oscar.

No mínimo, é mais munição para a oposição.

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