Jon Stewart é um humorista norte-americano. Você talvez o conheça como apresentador do Oscar. Nos EUA, é mais famoso por seu programa diário tirando sarro das notícias levadas à tevê.
Mas, como boa parte dos bons humoristas, é um sujeito bastante politizado. Pois bem: agora, ele é também o organizador de uma manifestação marcada para o dia 30.
Nos EUA, como aqui, é época de eleição (lá, para o Congresso). E republicanos e democratas costumam se comportar ainda pior do que PSDB e PT nas eleições de lá (ok, com a possível exceção da nossa atual eleição, que passou dos limites da civilidade há muito tempo).
Por isso Stewart faz sua manifestação, uma semana antes das eleições, em nome da “restauração da sanidade”. em oposição à “insanidade” que os dois partidos estão fazendo (sem contar os extremistas do Tea Party…)
A minha pergunta é: por que alguém não faz algo parecido por aqui?
A seguir, uma tradução da apresentação do comício:
“Estou doido da vida, e não vou mais aguentar isso!”
Quem dentre nós não quis abrir sua janela e gritar isso no máximo volume?
Sério, quem?
Porque nós estamos procurando essas pessoas. Estamos procurando pessoas que acham que gritar é inconveniente, contraproducente e faz mal para a sua garganta; pessoas que acham que as vozes mais altas não deveriam ser as únicas a ser ouvidas; e que acreditam que a única vez em que é válido desenhar um bigode de Hitler em alguém é quando a pessoa é realmente Hitler. Ou Charles Chaplin em alguns papéis.
Você é uma dessas pessoas? Ótimo. Então nós queremos que você se junte a nós em Washington, DC, no dia 30 de outubro – uma data sem qualquer simbolismo – no “Comício para Restaurar a Sanidade” do Daily´s Show.
O nosso é um comício para pessoas que andaram ocupadas demais para ir a comícios, que na verdade têm vidas próprias, famílias e empregos (ou estão procurando empregos) – não exatamente a Maioria Silenciosa mas a Maioria Ocupada. Se nós tivéssemos que resumir o ideário político dos nossos participantes em uma única frase, não daria. E esse é meio que o ponto.
Pense no nosso evento como Woodstock, mas troque a nudez e as drogas pela discordância respeitosa; como a Marcha de um Milhão de Homens, só que bem menor e um pouco menos masculina; ou como o Encontro dos Juggalos [festival de música anual nos EUA], só que ao invés de jogarmos coisas na Tila Tequila, nós vamos propositadamente não jogar coisas na Tila Tequila. Junte-se a nós junto do Monumento a Washington. E traga a sua voz baixa. Ou não. Se você preferir ficar em casa, ir trabalhar, ou levar os filhos para o treino de futebol… Na verdade, por favor, venha de qualquer jeito. Pergunte para a babá se ela pode fazer hora extra, só dessa vez. A gente vai fazer valer a pena”.
Quem quiser saber mais sobre o evento, em inglês, clica aqui.
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