Nem só de propostas vive uma eleição

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Texto publicado na edição impressa desta quarta-feira da Gazeta do Povo:

Muita gente há de reclamar que o debate da RPC teve muita crítica entre os candidatos e poucas propostas. Claro: o ideal de um governante é que pense mais no que vai fazer do que nos defeitos dos adversários políticos. Mas em certo sentido é bom que os candidatos façam cobranças sobre os problemas dos outros.

Para falar de suas propostas e dizer maravilhas sobre seu histórico, os candidatos já gastam milhões em propaganda e têm o tempo do horário eleitoral gratuito na tevê e no rádio. E é preciso que o eleitor tenha conhecimento das contradições, dos erros e até mesmo das ilicitudes cometidas por aqueles que pretendem ocupar cargos públicos.

Para isso, o debate da RPC, que acabou sendo um dos únicos dois a serem transmitidos na tevê em Curitiba na eleição deste ano no Paraná, foi bastante produtivo. Os dois principais candidatos, Beto Richa e Roberto Requião, puderam se confrontar diretamente e também tiveram de responder a perguntas duras de outros candidatos.

No entanto, os dois ultrapassaram limites ao exagerar nas críticas e piadinhas. Richa chegou a insinuar que Requião estaria “interessado” nele, devido às piadinhas que faz chamando-o de bonito e bem penteado. E Requião chegou a falar de detalhes da vida pessoal da mãe de Richa, o que parece absolutamente desnecessário. Fora isso, o jogo foi duro, mas interessante. Pesado, mas talvez esclarecedor. Até para mostrar quem joga fora das regras.