Número de candidatos mostra esfacelamento do poder de Beto Richa

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Em 2008, foi difícil achar quem quisesse se candidatar contra Beto Richa (PSDB). O prefeito disputava a reeleição em Curitiba com uma popularidade absurda. Gleisi Hoffmann (PT) foi praticamente a única candidata de oposição, num ano especialmente ruim para o PMDB. Todo o resto ficou na gigantesca coligação oficial.

O resultado foi previsível: Beto, vindo de uma gestão elogiadíssima, conseguiu 77% dos votos válidos. Virou notícia nacional. Na esteira dessa votação, virou candidato forte ao governo e mais uma vez montou uma coligação enorme, deixando pouca coisa para a oposição.

Em 2012, já no governo, indicou (essa é a palavra) Ducci como seu sucessor – quase expulsou Fruet do partido por isso. Ninguém no “grupo” ousava desafiar o campeão de votos. Mas Richa perdeu a eleição de 2012, mesmo deixando uma coligação pequena para Fruet.

E depois da reeleição para o governo, veio o desastre. Veio o ajuste fiscal. Veio a admissão da semifalência do estado. Veio o 29 de abril: e agora Richa era notícia nacional pelo pesadelo criado no Paraná.

O resultado eleitoral se vê agora. Beto não tem mais condições de indicar o candidato do grupo. Não tem sequer condições de aparecer no palanque de ninguém. E com isso o “grupo’ se esfacelou. Cada um quer lançar seu candidato, tirar sua casquinha.

Fruet já foi aliado de Richa. Agora está do outro lado. Ney Leprevost já foi da base de Richa. Agora é candidato de oposição. Francischini, Maria Victoria (leia-se Ricardo Barros), Rafael Greca, todos veem sua chance de achar um lugar ao sol. Até Affonso Rangel, da Tuiuti, apareceu agora como pré-candidato.

Há algo de positivo nisso: sem um único dono do poder, há maior disputa e menos acordos brancos entre as partes. A população ganha mais opções. Vejamos quanto tempo isso dura.

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