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O DEM só pode estar blefando
| Foto:
Ricardo Moraes/Reuters
Serra: DEM irá com ele, de um jeito ou de outro.

Desde que saiu a indicação de Alvaro Dias para a vice de José Serra, o Democratas afirma que pode romper com o PSDB nacional. Querem para eles a vice de Serra e pronto. Só aceitariam abrir mão do posto para Aécio Neves.

Mas é claro que isso não passa, e nem pode passar de um blefe. Vamos imaginar que o DEM resolva romper realmente com o PSDB. O que o partido fará? Vai ter um candidato próprio à Presidência?

O DEM nunca teve candidatos próprioa para presidente. Quer dizer: teve uma única vez, quando seu nome era PFL, em 1989. O candidato foi Aureliano Chaves e, como todo mundo sabe, não deu em nada.

Desde então, o PFL viveu pendurado no PSDB. Em 94 e 98, apoiou Fernando Henrique. Em 2002, Serra. Em 2006, Geraldo Alckmin. Não importava a cor do candidato, se estava mais à esquerda ou à direita, o DEM estava sempre com o PSDB. E continua assim.

O discurso do DEM não é muito popular. O partido mal consegue eleger governadores. Na última rodada, em 2006, elegeu apenas um: Arruda, no Distrito Federal, que pouca saudade deixou.

Hoje, o cargo de Executivo mais importante que o DEM possui é o da prefeitura de São Paulo. Mas Kassab só existe porque foi vice de Serra. Herdou o posto e a máquina para a reeleição.

O partido, com um discurso à direita, tem tido desempenho razoável no Congresso. Em eleições proporcionais, ao que tudo indica, consegue achar um nicho de eleitores que lhe garanta espaço.

E parece ser esse o caminho do partido. Recuar nas campanhas majoritárias, apoiando um partido mais moderado, e fazer barulho no Legislativo.

Mas quem é o único partido que pode garantir cargos no Executivo ou a perspectiva de uma parceria no Executivo ao Democratas? É exatamente o PSDB. Não poderia ser um partido mais à esquerda, como o PT, nem outro partido que depende de terceiros para chegar ao poder, como o PMDB.

O DEM, portanto, está amarrado ao PSDB. Pode chiar o quanto quiser. Mas só o que tem, hoje, é essa saída. É trocar seu tempo de televisão por cargos em governos do PSDB.

Ou alguém acredita que José Carlos Aleluia, Rodrigo Maia e ACM Neto têm chance numa disputa presidencial?

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