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O governo quer que você não possa dar palpites sobre a economia
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O governo está preparando uma lei para dar autonomia formal ao Banco Central. Em outras palavras: o governo está preparando uma lei que tirará o poder que nós, brasileiros, temos de influenciar as decisões econômicas que afetam nossas vidas.

O presidente do BC na gestão Temer, Ilan Goldfajn, deu entrevista ao britânico Financial Times afirmando que a proposta deve ir ao Congresso ainda neste ano. “Há uma nova lei que dirá explicitamente que o BC é autônomo: nós chamamos isso autonomia operacional”, disse o economista.

Na prática, o BC não será totalmente independente porque dois ministros (Fazenda e Planejamento) ainda participarão da discussão da meta de inflação. De resto, o banco Central poderá usar todas as ferramentas disponíveis que achar necessárias, sem consulta a mais ninguém.

Esse é o governo dos técnicos. Baseia-se na crença de que pessoas sem formação específica não têm nada que se meter em assuntos econômicos. Como se a economia fosse uma ciência exata da qual apenas alguns iluminados tivessem ciência. Quando, na verdade, é evidente que decisões econômicas são incertas (ou não haveria crise) e políticas (ou todas as ideologias defenderiam as mesmas medidas).

A economia ganhou aura de algo com status diferente das outras áreas da política. Ninguém jamais proporia que apenas pessoas de um conselho formado por pedagogos pudessem decidir, de maneira autônoma, os caminhos da educação nacional. O sentido, porém, seria exatamente o mesmo.

A economia não é, nem jamais será, uma ciência exata como a matemática, em que há um certo e um errado. As decisões que se tomam no BC influenciam a vida do país e devem ser tomadas pelo país: não por um grupo de especialistas que, no fim das contas, pode muito bem estar errado.

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