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O que aconteceu no Arizona foi fruto de um caso isolado de loucura ou tem a ver com a radicalização da política local? A deputada baleada e as outras vítimas do atirador sofreram por causa de uma disputa entre políticos?

O New York Times publica hoje um texto afirmando que, mesmo que o atirador tenha agido por motivos próprios, talvez por uso de drogas ou por alguma doença psiquiátrica, não é possível descartar as causas políticas.

Os democratas afirmam que o discurso inflamado de radicais do Tea Party, a ultradireita conservadora norte-americana, instiga os instáveis a cometer atos do gênero.

O Times concorda:

“A explosão de violência no sábado que deixou seis mortos e a Sra. Giffords gravemente ferida pode ser um ato isolado de violência de um homem perturbado mentalmente. (…) Mesmo assim, os tiros vieram depois de uma desconcertante série de episódios neste distrito de montanhas e de deserto, elevando a temperatura aqui de uma maneira que alguns dos amigos de Gifford acreditam ter criado uma atmosfera que pode encorajar a violência.”

A própria deputada tinha sofrido com atos de vandalismo de gente que quebrou a porta de seu gabinete logo após ela votar a favor da reforma da saúde de Obama. Seu adversário em eleições anteriores apareceu em público armado.

Mais do que isso, o republicano que concorreu contra ela fazia eventos para levantar fundos em que a diversão era os convidados atirarem de M-16 junto com o candidato.

É claro que essa radicalização e esse jogo pesado, em que armas e eleições andam juntos, são reprováveis.

E o que nós, brasileiros, precisamos discutir, é se a polarização entre tucanos e petistas no país, às vezes, não parece caminhar perigosamente para a ignorância, como aconteceu por lá.

Na última eleição, vimos petistas cercarem Serra em evento de campanha. E vimos gente do PSDB incentivando o morticínio de nordestinos no Twitter.

Vimos campanhas baixíssimas e mentirosas contra Dilma Rousseff. E petistas furiosos falando falsidades sobre governos dos adversários.

Aonde isso nos levará? O assassinato do Arizona deveria nos alertar contra uma das possibilidades a que esse caminho leva.

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