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Obama diz o que eu queria ter dito
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Fiquei assistindo ontem à noite ao Estado da União – o discurso anual que o presidente dos EUA faz para o Congresso, contando como vão as coisas na nação (do ponto de vista dele, é claro.

Assisti porque é sempre interessante, como aula de democracia (os aplausos, mesmo dos adversários, nos pontos que são de comum acordo do país). E, no caso de Obama, em particular, porque, ao contrário de muita gente, não canso de me admirar com a habilidade desse homem. Em especial com a habilidade retórica, mas não só essa.

E ontem ele usou esse dom para dizer, de um jeito muito mais inteligente, algo que eu sempre insisto em dizer. Então, vamos ao trecho (na tradução tosca que eu consigo fazer).


É claro, nenhuma dessas reformas vai sequer acontecer se nós não mudarmos também a maneira como nós trabalhamos uns com os outros. Entendam, eu não sou ingênuo. Eu nunca imaginei que o simples fato da minha eleição traria paz e harmonia (risos) e uma era pós-partidária. Eu sei que ambos os partidos [Democrata e Republicano] criaram divisões que estão profundamente enraizadas. E sobre algumas questões simplesmente há diferenças filosóficas que sempre vão nos fazer ficar de lados diferentes. Essas discordâncias, sobre o papel do governo nas nossas vidas, sobre as prioridades nacionais e a segurança nacional, elas estão aí há 200 anos. Elas são a própria essência da nossa democracia.

Mas o que frustra o povo americano é uma Washington em que todo dia é dia de eleição. Nós não podemos manter uma campanha perpétua em que o único objetivo é ver quem consegue as manchetes mais embaraçosas sobre o outro lado — uma crença de que se você perder, eu ganho. Nenhum partido deveria atrasar ou obstruir todo e qualquer projeto simplesmente porque tem o poder para isso. A confirmação de (aplausos) — eu estou falando de ambos os partidos agora. A confirmação de servidores públicos bem qualificados não deveria ser ficarmos reféns de alguns projetos queridos ou do mau humor de alguns poucos senadores.

Washington pode pensar que dizer qualquer coisa sobre o outro lado, não importa quão falsa, não importa quão maliciosa, é só parte do jogo. Mas é exatamente essa política que impediu ambos os partidos de ajudar o povo americano. Pior ainda, está criando divisões ainda mais profundas entre nossos cidadãos, desconfiança mais profunda em nossos governo.

Então, não, eu não vou desistir de tentar mudar o tom da nossa política. Eu sei que este é um ano de eleição. E depois da semana passada, ficou claro que a febre da campanha começou ainda mais cedo do que o usual. Mas nós ainda precisamos do governo.

(…) Só dizer não para tudo pode parecer uma boa política a curto prazo, mas não é liderança. Nós fomos mandados para cá para servir os nossos cidadãos, não as nossas ambições. Então vamos mostrar o povo americano que nós podemos fazer isso juntos. (Aplausos)

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