Os cartórios não convencem

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O pedido de aumento das custas dos cartórios revolta quase todo mundo. Os tabeliães, notários e correligionários e outros representantes do gênero podem estranhar. Argumentam que estão repondo a inflação, que seus custos subiram, etc.

Mas nunca vão convencer alguém. Eis aí oito motivos para isso:

1-) Cartórios em mãos de particulares por si só já não caem mais nas graças da população. O CNJ já ordenou a estatização de uma parte e espera-se que, um dia, todos venham a ser públicos.

2-) São conhecidas as histórias de cartórios passando de pai para filho, num procedimento que transforma o sistema em um feudo, não numa concessão que todos podem disputar de igual para igual.

3-) O público se incomoda tremendamente de ver que os cartórios vão parar frequentemente nas mãos de parentes de desembargadores e de políticos, ou de seus representantes.

4-) Os cartórios públicos conseguem fazer o mesmo por menos. Basta ver a diferença dos preços dos cartórios da Justiça Federal para os da Justiça Estadual.

5-) O público não se sente bem atendido. É comum o serviço ser lento, burocrático e os atendentes terem má vontade.

6-) Os custos para o público já são muito, muito altos. E não parecem se justificar. Quem já viu alguém “reconhecendo uma assinatura” sabe como as coisas são feitas. E dói no bolso gastar R$ 50, R$ 100 para fotocopiar umas poucas páginas com a assinatura de alguém que às vezes nem se importa em conferir qualquer coisa no documento.

7-) Muita coisa já deveria até mesmo ser feita sem ter de passar pelo cartório. E o público fica com a impressão de que a burocratização, às vezes, serve só para dar mais dinheiro a seus donos.

😎 Os horários têm uma escala que os faz trabalhar menos do que muita repartição pública.