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Beto Richa lembrou ontem, depois do debate, em entrevista, de um discurso que Osmar Dias fez no Senado, em 2006, atacando os institutos de pesquisa.

Osmar rebateu dizendo que nunca “censurou” pesquisas. O que é verdade. Mas não deixa de ser interessante.

O discurso foi feito em novembro, pouco depois da reeleição de Requião:

O Ibope e o Datafolha não tinham autoridade moral para fazer pesquisa no Paraná, porque ambos, na véspera, disseram que não haveria segundo turno. Não tinham autoridade moral para pesquisar, mas fizeram a mesma coisa no segundo turno.

É estranho. É estranhíssimo, Sr. Presidente, que a Drª Márcia, representante do Ibope de São Paulo, tenha comparecido duas vezes à residência oficial do Governador, a Granja do Canguiri, na semana das eleições. À minha casa, ela não foi nenhuma vez. À minha casa, ela não foi nenhuma vez, mas, à casa do Governador reeleito, ela foi duas vezes. O que será que ela foi discutir com o Governador em plena campanha, uma semana antes do segundo turno? Nas pesquisas internas, estávamos com muita vantagem, Sr. Presidente!

Mas o Ibope, no dia 28, véspera da eleição, me deu cinco pontos a menos ¿ e eu sabia que a minha posição era exatamente contrária a essa na eleição. O Datafolha também meu deu cinco pontos a menos, e eu sabia que a minha posição era exatamente contrária a essa.

Portanto, Sr. Presidente, estou entrando com um projeto de lei, mas não é na legislação eleitoral, é no Código Penal, porque isto aqui é uma matéria para o Código Penal. Estou dando entrada a este projeto de lei ¿ podem achar absurdo, mas vou entrar ¿, que diz o seguinte: “Se o instituto de pesquisa registrar e publicar uma pesquisa na véspera da eleição e errar por uma margem superior à margem de erro, vai pagar os gastos de campanha de quem se sentir penalizado”. Eu não posso entrar com uma ação contra o Ibope nem contra o Datafolha, para que eles cubram agora os meus gastos de campanha; eles, com certeza, poderiam cobri-los, porque receberam muito para fazer o que fizeram. As pesquisas que fizeram foram bem pagas.

Até vou citar uma frase do meu adversário, em 2002, que dizia, quando ele estava perdendo na pesquisa: “Se eu quero comprar peixe, eu vou à peixaria; se eu quero comprar pesquisa, eu vou ao Ibope”.
Acho que o Requião aprendeu bem o caminho do Ibope. Aliás, não foi ele que aprendeu o caminho do Ibope. A Diretora do Ibope de São Paulo, a Drª Márcia, foi duas vezes à casa do Governador em dez dias, antes das eleições. Fica difícil!

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