O ex-secretário da Juventude do governo Michel Temer, Bruno Júlio, virou um símbolo para aqueles que acham que bandido bom é bandido morto. Depois das chacinas em presídios de Manaus e Rondônia, disse que era preciso que isso acontecesse mais vezes. Pediu uma chacina por semana.
A declaração lhe custou o cargo, mas também rendeu elogios. O deputado federal Fernando Francischini, por exemplol, disse que virou “fã deste jovem”. A página de Bruno Júlio ficou cheia de declarações de apoio: gente dizendo que ele só falou o que muitos mais pensam.
Seria interessante ver o que Bruno Júlio teria a dizer de criminosos do colarinho branco. Seu pai, o ex-deputado federal Cabo Júlio, foi condenado por desviar dinheiro na compra de ambulâncias. No esquema conhecido como Sanguessugas, levava 10% de dinheiro destinado à saúde pública.
Cabo Júlio disse que o dinheiro não era para enriquecimento pessoal. Alegou que era para financiar sua s campanhas – campanhas que levaram ele e o jovem Bruno Júlio a ter influência política. O pai está inelegível por dez anos.
Curiosamente, Francischini, que tem o menino Bruno como herói, também tem pelo menos dois amigos envolvidos em organizações criminosas, segundo o Ministério Público e a Justiça. Seu colega de partido, Luiz Argolo, foi preso pela Lava-Jato. Eduardo Cunha, também seu herói, é o grande símbolo de corrupção do país.
Será que Bruno Júlio e Francischini acham que nesses casos de crime organizado os criminosos também deveriam ser chacinados?
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