Antônio Palocci tem tudo para virar uma pedra no sapato da presidente Dilma. Foi chamado para ocupar o ministério mais influente e para ser o homem forte do governo federal. E, em poucos meses, já está novamente envolvido em denúncias.
Dessa vez, o problema é o enriquecimento rápido do ministro. Mas não é a primeira lambança ligada ao nome de Palocci. Pelo contrário.
Do governo Lula, Palocci já foi expulso justamente por se envolver em escândalos. Assim mesmo, no plural. Primeiro, veio a denúncia de reuniões em ambiente estranho e de ligações com uma cafetina.
Depois, veio a denúncia de que teria mandado quebrar o sigilo do caseiro Francenildo, justamente o responsável por trazer a público as suspeitas contra Palocci.
Antes de tudo isso, como prefeito de Ribeirão Preto, Palocci já havia vivido um caso, digamos, curioso. Teve uma licitação colocada sob suspeita porque exigi-ase que o molho de tomate a ser colocado nas cestas básicas viesse de fábrica com ervilhas. Por quê? Ninguém explicou. Mas ficou provado que era produto raríssimo no mercado. Além de dispensável, é claro.
Palocci tem direito a se defender no caso do enriquecimento, inclusive permanecendo no cargo. Pode inclusive lembrar que várias suspeitas contra ele já foram arquivadas.
Mas a presidente Dilma deveria se lembrar do que aconteceu com seu antecessor Luiz Inácio Lula da Silva, ao dar poder demais a um chefe da Casa Civil que se metia em escândalos. José Dirceu terminou sua passagem pelo governo com o mensalão. E quase leva Lula ao mesmo destino de Collor.
O governo Lula só passou a ter menos problemas e ganhou a popularidade recorde que marcou o final do segundo mandato depois que o presidente achou uma chefe para a Casa Civil que lhe trazia menos problemas. Era justamente Dilma.
Não se sabe até quando Palocci fica no cargo. Mas, se um dia precisar trocá-lo, Dilma deveria primeiro pensar em alguém com um currículo menos turbulento. Faria bem à imagem de seu governo.
Siga o blog no Twitter.
-
Governo quer cobrar “imposto do pecado” sobre carro, refrigerante, petróleo e minério
-
Proposta do governo para simplificar impostos tem 499 artigos – e é só a primeira
-
Profissionais liberais de 18 áreas terão direito a alíquota reduzida em novos impostos
-
Deputados denunciam Alexandre de Moraes e pedem transparência em processos
Deixe sua opinião