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Para PT, seria melhor perder com Haddad do que ganhar com Lula
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O Partido dos Trabalhadores foi a esperança de uma geração no Brasil. Com o fim da ditadura, transformou-se no partido que parecia apresentar alguma proposta diferente, gostasse você dela ou não. Hoje, o partido corre o risco de se tornar um símbolo do atraso.

A candidatura de Lula nas atuais condições é um flerte com a irresponsabilidade. Primeiro, e antes de mais nada, porque é impossível que alguém sério acredite que Lula não sabia de NENHUM dos atos ilícitos que foram revelados sobre seu governo e o governo de sua sucessora.

Acredite você que se tratava “somente” de caixa dois; seja você cínico o suficiente para achar que “todo mundo faz” e que sem isso ninguém jamais chegaria ao poder; ache você ou não que os fins justificam os meios, o fato permanece único: o PT desrespeitou regras básicas da democracia. E Lula, convenhamos, não tinha como não saber de nada.

Lula se tornou um caudilho do petismo. E, como disse o editor-executivo de República desta Gazeta, Guido Orgis, hoje a nítida impressão é de que não é o Brasil que precisa de Lula – é Lula que precisa do Brasil para não ir preso, para não acabar a vida numa cadeia.

Esqueça o tríplex. Há o sítio. Esqueça o sítio, há o terreno do instituto. Esqueça tudo isso, há o mensalão. Esqueça o mensalão (se isso for possível), há os desvios colossais da Petrobras. E há mais. E isso foi só o que se soube.

Lançar Lula candidato, só por isso, representaria a falência de um partido que, por duas décadas, atuou na oposição exigindo ética. Sem conseguir formar um único quadro para 2018, quarenta anos depois das greves do ABC, o petismo se agarra a seu único líder, ainda que esteja manchado de lama.

Há ainda a irresponsabilidade de lançar candidato um sujeito que pode estar preso amanhã ou depois de amanhã. “Se for eleito, não tem como prender. Ele governa”, disse o presidente do PT no Paraná, Dr. Rosinha. Será preciso demonstrar que se trata de brincar com o destino de 200 milhões de pessoas, com a segurança de uma democracia de 140 milhões de eleitores?

O país precisa minimamente de estabilidade. Em nome do partido, vale jogar isso no lixo?

O PT não poderia se apequenar a ponto de ter um único líder, nem de se expor assim à acusação de antiético que, aliás, tem sido merecida.

Seria muito melhor lançar um candidato com menos chances, mas com um passado menos, digamos, indecente, do que ter verdadeira chance de vitória com Lula. Haddad, com 5% de votos, seria melhor do que Lula com 50%. Suplicy, por mais que haja quem ria dele, seria ainda melhor.

Mas, não. A teimosia impera. E o PT assinará o atestado de birra mais uma vez.

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