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Pesquisa feita antes da prisão mostra Odebrecht como empresa dos sonhos dos jovens
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A pesquisa Empresa dos Sonhos dos Jovens 2015 mostrou que a empreiteira Odebrecht é a terceira mais desejada pelos jovens brasileiros. Primeiro, antes de qualquer conclusão precipitada: a coleta dos dados foi feita entre janeiro e abril. Marcelo Odebrecht foi preso em maio.

Não foi a primeira vez que a Odebrecht se saiu bem na pesquisa. No ano anterior, já tinha ficado em terceiro lugar. A Petrobras, outra ponta do esquema investigado pela Lava Jato, aparece agora em segundo lugar. Foram entrevistados 68 mil jovens brasileiros.

Mais do que a posição de empresas específicas, talvez seja interessante ver os critérios dos jovens para escolher suas “empresas dos sonhos”. Duas perguntas feitas a eles diziam respeito especificamente a corrupção e a questões éticas.

1) A corrupção é vista como algo cultural, que está presente em nosso dia a dia.
2) É fortemente relacionada a instituições públicas e aos políticos (independente de partido).
3) Empresas que prestam serviço para o governo têm maior probabilidade de praticar atos corruptos.
4) A corrupção é uma escolha do profissional e não necessariamente uma decisão corporativa.

A segunda pergunta era se os jovens aceitariam trabalhar em empresas que tiveram sua ética questionada. A pesquisa diz que não há resposta única.

“Alguns jovens disseram que sim, desde que não fosse em cargos de gestão, pois estes profissionais respondem pelas ações da empresa (sendo ou não os responsáveis diretos pelos erros cometidos). Os jovens que disseram que não trabalhariam apontaram o medo de “mancharem” seu currículo e, consequentemente, prejudicarem seu desenvolvimento profissional como principais motivadores.”

Mas e se já atuassem na empresa e então ficassem sabendo sobre os problemas éticos?

“Grande parte dos jovens tentaria ajudar a organização a tomar decisões corretas, dentro do que é esperado pelo mercado de trabalho. Apenas sairiam da empresa se os problemas éticos envolvessem todos os processos do dia a dia e não percebessem a intenção dos executivos em mudar a forma de atuar.”

Curiosamente, pelo resumo da pesquisa, as respostas têm muito mais relação com o medo de serem pegos e com o currículo – e não se menciona a possibilidade de trabalhar nessas empresas porque se estaria sendo conivente com algo errado.

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