A presidente eleita Dilma Rousseff tinha falado em nomear um terço de seu ministério exclusivamente com mulheres. Até agora, tem fracassado terrivelmente na tarefa. Já há mais de dez homens certos para o primeiro escalão de seu governo. E apens uma mulher: a futura ministra do Planejamento Miriam Belchior.
Hoje, a notícia é de que Dilma escolheu Antonio Patriota para o Ministério das Relações Exteriores porque não encontrou uma mulher que pudesse ocupar o cargo.
Em outras posições, acatou as sugestões do presidente Lula – e eram de homens. Agora, terá de aceitar nomes indicados pelos partidos – e não necessariamente serão mulheres.
Vai ficar muito feio se Dilma não cumprir uma promessa razoavelmente simples como essa. Até porque, qual será a explicação dela? Que descobriu não haver mulheres à altura? Poucas afirmações soariam pior para a primeira presidente do país.
É claro que existem centenas de mulheres preparadas para função. O duro é que a coligação de Dilma é tão grande e a influência de Lula tão pesada que até agora ela própria escolheu pouquíssimos ministros.
É como se estivesse meramente optando entre nomes que lhe oferecem. Se não cumprir com o que falou, nomeando pelo menos 10 mulheres para o primeiro escalão, o que ficará nítido não será a falta de ministras disponíveis, e sim a falta de uma presidente capaz de se impor e nomeá-las.
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