Participei ontem da primeira entrevista da série que a Gazeta está fazendo com os candidatos ao Senado. Gleisi Hoffmann (PT) falou por 50 minutos sobre vários assuntos. A candidata, bem falante como sempre, se saiu bem na entrevista. Mas houve uma resposta que, do meu ponto de vista, deixou a desejar. E foi sobre os escândalos do Senado.
O PT e outros partidos que apoiam o governo impediram a investigação de várias denúncias importantes contra a gestão de José Sarney. André Gonçalves, nosso correspondente em Brasília, perguntou o que ela, como senadora, faria em situação semelhante.
Gleisi não disse que tomaria decisões mais ousadas. Pelo contrário: justificou algumas atitudes que seu partido tomou.
“Aí tira o Sarney e vai colocar quem? O chefe da oposição? Que vai impedir que todos os projetos que podem melhorar a vida do povo brasileiro? Tem de investigar o Sarney, mas naquele momento o que estava em risco era a direção do Congresso Nacional, a direção do Senado”, disse ela.
Perguntada, a candidata negou que sua resposta indicasse que tudo é mválido pela governabilidade. Mas acabou sendo esse o seu discurso. Se Sarney era aliado, aprovava o que o governo queria, era melhor deixá-lo na função, ainda que com problemas sérios a ser investigados.
Se a necessidade assim mandava, o caso seria sim de deixar Marconi Perillo, do PSDB, como presidente do Senado. Melhor ter um Senado que poderia não votar com o governo do que um governo que abafou uma das mais importantes investigações sobre o Legislativo no passado recente do país.
Quem quiser pode assistir à entrevista toda de Gleisi clicando aqui.
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