O vereador Paulo Salamuni, comemorando o fim da CPI do Transporte Coletivo, que entregou seu relatório final nesta quinta-feira, fez uma homenagem a seus 37 pares. Presidente da Câmara desde que Gustavo Fruet (PDT) bancou a eleição do aliado, Salamuni disse que, ao contrário do que acontece em outros lugares, na Câmara há independência. Disse com as seguintes palavras:
“Temos 38 vereadores, cada um com sua ideologia, mas aqui não há cartel, pressão de poder econômico ou grupo que nos dirija.”
A frase foi colocada no ar pela assessoria da Câmara. No entanto, como já disse neste espaço nesta semana, a CPI nem de longe prova a independência da Câmara de Curitiba, que continua, como sempre esteve, atrelada à prefeitura de Curitiba. O próprio Salamuni, deixado às traças nas administrações do grupo de Taniguchi e Richa, só passou a presidente por estar do mesmo lado de Gustavo Fruet (PDT), o demiurgo da vez na Câmara.
A discussão sobre cartéis pode ocorrer em outro momento. Mas negar que haja pressões econômicas vai contra qualquer análise que se faça do trabalho dos vereadores. Já mostrei aqui recentemente que a Praça da Espanha recebe mais benefícios que várias áreas pobres da cidade. Há bancadas, como em qualquer outro legislativo, prontas pare defender sempre os mesmos interesses que o elegeram.
Mas, principalmente, a dependência em relação ao Executivo salta aos olhos. Salamuni poderá bater no peito e decretar a independência no dia em que os vereadores negarem alguma vontade do prefeito. Na gestão dele, totalmente atrelada a Fruet, porém, isso dificilmente irá ocorrer.
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