Pense você o que pensar dos senadores paranaenses. Mas o fato é que os três fizeram exatamente o que deles se esperava. Apesar da intensa debandada no Congresso (com fisiologistas passando para o lado de Temer às carreiras), a bancada do Paraná fez o que tinha prometido a seu eleitorado.
Roberto Requião fez dois longos discursos em que manteve suas teses de sempre. Você pode achar que ele está inventando coisas quando diz, por exemplo, que há interesses americanos e de outros países por trás do impedimento de Dilma. Mas não se pode criticar Requião dizendo que ele mudou seus ideais.
Desde os anos 80, quando disputou a primeira eleição, Requião é fiel aos mesmos princípios de nacionalismo, Estado forte, intervenção a favor dos mais pobres. Esteve ao lado de Lula e de Dilma nas eleições. Criticou duramente Dilma quando estava na base. Mas quando a presidente precisou, foi firme em sua defesa.
Gleisi Hoffmann foi a petista que mais defendeu a presidente. Foi seu cão de guarda a todo momento. Podia ter recuado até em função das denúncias que pesam contra ela, mas preferiu não se esconder. Pode ser estratégia eleitoral? Quem sabe. Parece improvável que Gleisi se mantenha no Senado após o fim do mandato, talvez pense em ir à Câmara ou algo assim.
Mas a postura firme sempre foi uma marca da senadora. E ao contrário de outros que preferiram ficar no seu canto, subiu o tom para defender Dilma, por quem parece realmente botar a mão no fogo – inclusive com um duro discurso contra Janaina Paschoal.
E Alvaro Dias, que tinha uma situação mais fácil, por já estar na oposição há muito tempo, manteve do começo ao fim a crítica pesada que fez a Dilma. Ao contrário dos oposicionistas de última hora, que migraram para a ala do impeachment só depois que o barco estava afundando, tem o mérito de ter estado lá desde os tempos em que ser oposição a Lula era quase crime de lesa-pátria.
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