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UFPR divulga nomes de cotistas e expõe alunos a conflitos desnecessários
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UFPR

A Universidade Federal do Paraná divulgou nesta segunda-feira o resultado da primeira fase do vestibular de uma maneira diferente – e pior. A lista de aprovados traz ao lado de cada nome a lista de que o candidato faz parte: se é cotista e qual tipo de cota solicitou.

Prevendo que possivelmente haveria questionamentos, a universidade de cara já se explicou, dizendo que os candidatos às cotas foram avisados de que a divulgação seria feita dessa forma – avisando se pediram cota por estudar em escola pública, por serem negros etc.

É difícil imaginar que tipo de ganho pode vir dessa nova política da UFPR. O máximo que se pode prever é que os candidatos podem saber contra quais outros estão concorrendo e quais estão em outra lista. Mas isso os ajuda em quê?

E, se não ajuda, atrapalha. Até o ano passado, a presença dos cotistas numa sala de aula ficava oculta por um saudável véu. Ninguém tinha como saber se o aluno participou da concorrência geral ou se foi beneficiado por alguma política afirmativa.

Isso evita preconceitos, inclusive no sentido de julgamento prévio de cada aluno – tanto por parte dos colegas quanto de seus professores. A informação, além de desnecessária, pode marcar a ferro os alunos que tiveram acesso via cotas.

Afinal, a ideia das cotas é justamente garantir igualdade de oportunidades entre pessoas de diferentes passados. Corrigir, pelo menos em parte, as desigualdades injustas criadas pela loteria da vida.

Mas, com a nova política, a igualdade de oportunidades fica maculada. A oportunidade de um vai ser vista pelos demais, embora justa, como um benefício contestável.

No ano passado, houve uma revolta com o novo formato de cotas e vários discursos sobre quem teria tirado as vagas dos alunos que, mesmo com notas maiores, ficaram de fora “por causa” dos cotistas. Agora, essas pessoas não estão mais protegidas por véu algum. Estão expostas inclusive a serem consideradas vilões pela falta de vagas para todos.

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