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A justiça se fez: Guerra ao Terror derrubou Avatar
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Reuters
Kathryn Bigelow fez história, tornando-se a primeira mulher a vencer o Oscar de direção.

“E a hora chegou.” Com essa frase, a atriz, diretora e cantora Barbra Streisand anunciou, na madrugada de segunda-feira (horário de Brasília) que a vencedora do Oscar de melhor direção era a californiana Kathryn Bigelow, por seu vigoroso trabalho em Guerra ao Terror. Foi um momento histórico: em 82 edições do prêmio mais importante do cinema, nenhuma mulher havia conquistado essa estatueta, embora três outras já a tivessem disputado: Lina Wertmüller, Jane Campion e Sofia Coppola. Portanto, quando, minutos mais tarde, o ator Tom Hanks abriu o envelope e revelou que o longa de Kathryn era o vencedor da estatueta de melhor filme, já estava claro que, pelo menos para a Academia, Avatar não traduziria em Oscars os quase US$ 3 bilhões acumulados em bilheteria ao redor do mundo. Nada mais justo.

Guerra ao Terror, produção independente lançada sem muito alarde no primeiro semestre de 2009, provou que Davi pode, sim, derrubar o gigante Golias, mesmo quando o campo de batalha é Hollywood. Na esteira de uma sucessão de prêmios da crítica, o longa de Kathryn Bigelow conquistou os votantes da Academia ao retratar a Guerra do Iraque de um ponto de vista muito particular e crítico: usa como microcosmo um esquadrão anti-bombas que vive sob eterna pressão num território literal e figurativamente minado. Nem mesmo nos Estados Unidos a presença norte-americana no país do Oriente Médio é vista hoje em dia com bons olhos.

Guerra ao Terror era, com certeza, o mais consistente entre os dez indicados a melhor filme e mereceu todas as seis estatuetas recebidas: melhor filme, direção, roteiro original, montagem, edição de som e som. O roteirista Mark Boal, também um dos produtores do longa (assim como Kathryn), usou como base para seu script experiências que vivenciou como jornalista na cobertura do confronto no Iraque. Até a abetura do envelope por Tom Hanks, muitos acreditavam que o monstruoso sucesso comercial de Avatar, que venceu os Oscars de melhor fotografia, direção de arte e efeitos especiais, atropelaria a concorrência. Felizmente, o cinema adulto prevaleceu diante do entretenimento high-tech.

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