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Mal terminou a temporada de verão nos cinemas norte-americanos, quando os blockbusters são lançados semana a semana, e já se fala em Oscar. De outubro até dezembro, os chamados “filmes sérios”, um pouco menos comerciais e mais artísticos, começam a entrar em cartaz. Os estúdios e distribuidoras já estão de olho nas premiações da crítica, no Globo de Ouro e, é claro, nas estatuetas douradas concedidas pela Academia de Artes e Ciências Cinematográficas de Hollywood.

Embora ainda seja cedo para falar em possíveis indicados, a imprensa não se agüenta e começa a especular. Entre os filmes mais citados, um dos títulos que desponta em praticamente todas as listas é Reservation Road, de Terry George, o diretor britânico do impactante Hotel Ruanda.

Joaquin Phoenix (de Johnny & June), cotado para receber sua terceira indicação ao Oscar, vive o papel de um professor universitário cujo filho é morto em um atropelamento. O responsável pelo acidente, um advogado e também pai de família, foge e não presta socorro ao menino. Ele é vivido por Mark Ruffalo (de Zodíaco), que estará em breve rodando Blindness (baseado em Ensaio sobre a Cegueira, de José Saramago) em São Paulo, sob a direção do brasileiro Fernando Meirelles.

A trama de Reservation Road gira em torno do confronto entre esses dois pais, da dor de um e da culpa do outro. Completam o elenco as já oscarizadas Jennifer Connelly (por Mente Brilhante) e Mira Sorvino (de Poderosa Afrodite).

Outra produção que vem causando bastante frisson no meio cinematográfico é American Gangster, de Ridley Scott, diretor de Gladiador e Blade Runner – Caçador de Andróides. Meio na linha de Os Infiltrados, o filme conta a história de um chefão do tráfico de heroína (Denzel Washington), que inicia sua vida no crime durante a década de 70. O neozelandês Russell Crowe interpreta o detetive obcecado por prendê-lo.

Embora as semelhanças com o premiado filme de Scorsese possam prejudicar as chances do novo longa de Scott na categoria de melhor filme, Crowe e Washington, ambos já premiados, estão no páreo. Suas atuações estão sendo muito elogiadas por quem já viu American Gangster.

Sob a direção de Mike Nichols, de A Primeira Noite de um Homem e Closer – Perto Demais, o drama político Charlie Wilson’s War tem um elenco milionário: Tom Hanks, Julia Roberts e Phillip Seymour Hoffman. É o filme mais aguardado do ano por causa justamente disso. Toda essa expectativa, no entanto, pode agir contra o longa. A aposta pode se revelar alta demais.

Hanks é um congressista norte-americano envolvido com o apoio dado a rebeldes ultraradicais contra a ocupação soviética do Afeganistão na década de 80. Esse suporte desembocaria no surgimento do grupo extremista radical Talebã, que tomaria conta do país na década de 90. Curiosamente, esse também é, de certa forma, tema de O Caçador de Pipas, adaptação do best seller internacional de Khaled Hosseini e outro favorito a múltiplas indicações ao Oscar. A direção é de Marc Forster, de Mais Estranho Que a Ficção.

Como quem leu o livro de Hosseini sabe, trata-se menos de uma trama político do que um melodrama humano, com a história do Afeganistão como pano de fundo. O enredo gira em torno de dois garotos de Kabul, amigos inseparáveis mas separados pela distinção social e étnica – e pela própria história do país. O elenco é todo formado por atores de origem oriental, apesar de ser falado em inglês.

Ainda nesta semana, falarei mais sobre os filmes do outono americano que vão disputar a temporada de prêmios.

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