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Elitismo, esnobismo ou autoengano?
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Divulgação
Cena de Sinedóque Nova Iorque, filme de Charlie Kaufman, cult por excelência.

É interessante e, por vezes, perturbador como alguns apreciadores de cultura têm problemas com tudo o que cai no gosto do publico ou ganha dimensões de fenômeno mediático.

Seja no mundo da música, da literatura ou do cinema, que acompanho mais de perto, é recorrente a figura do “consumidor” que valoriza o que seja para poucos, manifestações artísticas que tenham uma aura cult, destinada a um grupo reduzido de iniciados, capazes de decodificar a obra.

Talvez essa “capacidade” seja uma forma de essas pessoas se sentirem especiais, mas o comportamento também pode ser lido como elitismo esnobe. E, acreditem, o mundo do jornalismo brasileiro, sobretudo o de cultura, está repleto de exemplos nessa linha.

Podem apostar que, nos próximos dias, vai ter gente dizendo, no melhor estilo “não vi e não gostei”, que não vai assistir a Quem Quer Ser Milionário?, filme vencedor do Oscar 2009, porque é “popular demais”, “inserido numa estratégia da indústria” e ou por conta de qualquer lugar-comum boboca do gênero. Não estou afirmando que o filme seja uma obra-prima, mas o ser “do contra” me parece uma forma um tanto pueril de afetação.

O fato é que nem só de Wes Anderson, irmãos Coen, David Lynch, Charlie Kaufman e Sofia Coppola vive o mundo do cinema. Graças a Deus! Todos os artistas citados, por sinal, são muito talentosos e têm boas obras em suas carreiras, assim como seus tropeços. Mas limitar a experiência de fruição de cinema ao que não chega às massas é, sobretudo, uma perda de tempo e um exercício de autoengano.

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