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O belo As Canções de Amor em sessão única no Unibanco Arteplex
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Divulgação
As Canções de Amor tem claras referência à nouvelle vague.

O francês Christophe Honoré (de Em Paris e A Bela Junie) não esconde de ninguém sua paixão pela nouvelle vague. Mas não se trata de um saudosismo passivo e reverente. Embora haja em seus filmes traços visíveis e irrefutáveis do movimento capitaneado por cineastas como François Truffaut e Jean-Luc Godard, o diretor não se furta da obrigação de inventar e surpreender. O sublime musical As Canções de Amor, que será exibido neste sábado em sessão única, às 21 horas, no Unibanco Arteplex, é prova disso.

Aos moldes dos filmes cantados de Jacques Démy, como Os Guarda-Chuvas do Amor (1964), o filme de Honoré conta, em três atos, a história do jornalista Ismaël (Louis Garrel, astro de Os Sonhadores e Em Paris).

No primeiro ato, o personagem vive uma história de amor a três, com sua namorada Julie (Ludivine Sagnier) e uma colega de redação, Alice (Clotilde Hesme). No intermediário, Ismaël sofre um grande golpe que lhe tira o chão. E, no último, ele redescobre a possibilidade amar — e de forma tão inusitada quanto inesperada.

Costurada pelas belíssimas canções de Alex Beaupin, que venceu o César (o Oscar francês) de melhor trilha sonora no ano passado, a trama de As Canções de Amor flui transbordando citações à nouvelle vague, que vão dos dilemas à la Antoine Doinel (herói de uma série de filmes de Truffaut) de Ismaël à câmera orgânica e aos cortes secos, dignos da urgência narrativa do cinema de Godard.

Mas o que fica e cola na memória do espectador é mesmo o despudor do tributo de Honoré ao amor romântico, tema recorrente na obra do diretor, e, é claro, as canções de Beaupin, repletas de humor, ironia e poesia.

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