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Biden - presidente
O democrata Joe Biden completa 78 anos daqui a duas semanas.| Foto: Divulgação/Campanha de Joe Biden

Não bastasse o título de candidato mais votado em todas as eleições já realizadas nos EUA, o democrata Joe Biden leva outro prêmio: é o presidente mais velho da história do país a tomar posse. A cerimônia está prevista para o dia 20 de janeiro de 2021. Biden completará 78 anos daqui a duas semanas, em 20 de novembro. Seu mandato vai até janeiro de 2025, quando estaria com 82 anos.

As eleições deste ano na maior economia do mundo – assim como as de 2016 – são bem diferentes das que ocorreram em 2008. O democrata Barack Obama foi eleito pela primeira vez com apenas 47 anos de idade. Hoje, depois de dois mandatos e passados quatro anos desde que deixou a Casa Branca, Obama está com 59 anos, isto é, 18 anos a menos que Biden.

O mais jovem presidente eleito dos EUA, no entanto, não foi Obama. O título é de John Kennedy, que estava com 43 anos quando ganhou as eleições de 1960. Em novembro de 1963 ele foi brutalmente assassinado.

Em 2016, os eleitores dos EUA já haviam sinalizado que a velhice não poderia servir de barreira para a liderança política. O republicano Donald Trump, então com 70 anos, tornou-se na época o presidente mais velho do país em início de mandato.

Entre os países mais ricos do mundo, integrantes do G20, e também da União Europeia, a idade avançada não tem sido impedimento para governar. Muitos líderes estão hoje com mais de 65 anos, o que dá uma média de 62 anos dos chefes de estado.

Diante de alguns questionamentos sobre sua idade, Biden procurou demonstrar que é saudável. Em dezembro passado, o médico Kevin O'Connor, que acompanha o democrata, disse que o agora presidente eleito tem "boa saúde" e está "apto para exercer o mandato”.

Kamala Harris, vice de Biden
Senadora Kamala Harris, a vice de Biden.| Divulgação/Campanha de Joe Biden

O'Connor informou que Biden estava, na época, sob tratamento por uma fibrilação auricular não valvular, uma forma de arritmia cardíaca comum entre pessoas de idade avançada. Mas o democrata tem a seu favor, segundo o médico, uma série de fatores: "não consume produtos produzidos a base de tabaco, não bebe álcool e pratica esporte pelo menos cinco dias por semana", disse.

Um ponto que veio à tona desde quando as pesquisas apontavam favoritismo de Biden é sobre a sucessão. As chances de o democrata disputar a reeleição daqui a quatro anos são reduzidas. Isso abriria caminho, na avaliação de muitos especialistas, para uma renovação no Partido Democrata, como ocorreu com Obama em 2008.

Outro questionamento – esse feito com base em especulação – é sobre as condições para Biden terminar o mandato. Na hipótese de um impedimento, a Presidência norte-americana ficaria nas mãos de Kamala Harris, de 55 anos. Senadora pela Califórnia, ela nunca teve mandato executivo (nem de governadora nem de prefeita).

Harris seria, nessa hipótese, a primeira mulher da história a governar os EUA. Desde que se tornou independente, em 1776, o país foi governado por 45 presidentes homens. Essa imagem distancia a superpotência de outras nações, como Alemanha, Inglaterra, Brasil, Argentina, Índia e Chile, que já tiveram ou ainda têm mulheres na direção. Angela Merkel, por exemplo, comanda o governo alemão há 15 anos, desde 2005.

Em 2016, os EUA estiveram bem perto de eleger pela primeira vez uma mulher. A democrata Hillary Clinton chegou a vencer no voto popular, mas perdeu para Trump no número de delegados do colégio eleitoral.

No Brasil, a conquista da Presidência tem sido alternada entre líderes de idades muito diferentes. A eleição brasileira de jovens, no entanto, nem sempre deu bons resultados. Fernando Collor foi o presidente mais jovem eleito no país. Ele estava com 40 anos quando venceu Lula em 1989. Não chegou a terminar o mandado, tendo renunciado em 1992 em meio a um processo de impeachment.

Até hoje, Getúlio Vargas foi o presidente eleito mais velho do Brasil. Em 1950, Vargas estava com 68 anos de idade quando ganhou as eleições. Assumiu em 31 de janeiro de 1951 e não terminou o mandato: se suicidou em 24 de agosto de 1954, em uma tragédia política que marcou para sempre a história brasileira.

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