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Lula diz que presidente tem direito de nomear delegado da PF e que algumas críticas de Bolsonaro à imprensa são corretas
Lula durante entrevista online, em sua casa.| Foto: Divulgação/Instagram

O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva diz reprovar o governo de Jair Bolsonaro em praticamente sua totalidade. “Meu problema com o Bolsonaro é que ele não está cuidando da pandemia. Não cuida do povo, não cuida da economia. Ou a gente encontra um jeito de tirar ele com base nos crimes de responsabilidade que já cometeu, ou ele vai acabar com esse país”, escreveu o petista nesta quinta-feira (30) nas redes sociais.

Apesar afirmar que reprova em 100% a forma como Bolsonaro conduz o governo, pelo menos em duas situações nos últimos dias o ex-presidente ‘defendeu’ com ressalvas posições de seu rival.

Em entrevistas no começo da semana, Lula criticou o fato de Bolsonaro se comunicar pelo Twitter, mas endossou algumas das críticas feitas pelo atual presidente à imprensa. "Acho que tem crítica que ele (Bolsonaro) faz que é correta. Dê a ele o mesmo direito que dá aos outros, direito de falar, abra para ele falar", afirmou Lula ao jornal Folha de S. Paulo, no último dia 26.  Ao mesmo tempo, o petista afirmou que “um presidente da República tem a obrigação de prestar contas à democracia, atendendo a imprensa".

Lula também criticou, no meio da semana, a decisão do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes, que barrou a nomeação de Alexandre Ramagem feita por Bolsonaro para o comando da Polícia Federal. Ramagem é apontado como amigo da família do presidente, especialmente do filho Carlos Bolsonaro, envolvido em investigações sobre fake news.

Em entrevista online ao UOL, Lula disse que a decisão de Moraes só se justificaria caso ficasse provado que Ramagem cometeu algum crime. “O presidente da República indica o ministro; ele pode indicar um delegado”, defendeu ao ressalvar que um delegado da Polícia Federal não pode estar a serviço do presidente ou de um ministro e sim estar a serviço da lei e do Estado.

Sobre o argumento de que Ramagem é amigo de Bolsonaro, Lula disse que é preciso provar se tem alguma relação suspeita. “Se tiver alguma relação suspeita, eu acho então que para o bem da instituição é importante que não seja indicado”, ponderou ao defender o direito do presidente da República de trocar delegado da PF. "A indicação de um delegado da PF não pode virar uma guerra", disse.

Sobre a demissão do ex-juiz Sergio Moro – que o condenou quando era juiz responsável pelos processos da Lava Jato, em Curitiba – do Ministério da Justiça e Segurança Pública, Lula optou em criticar tanto Moro quanto Bolsonaro. No último dia 25, o ex-presidente postou em sua conta no Twitter que Moro criou Bolsonaro, e não o contrário. “O Bolsonaro é filho do Moro, e não o Moro cria do Bolsonaro”, escreveu.

Para Lula, Bolsonaro não tem condições de governar o país e precisa sair da Presidência da República. “Se não sair ele acaba com o país”, diz.

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