As manifestações de rua são uma conquista da democracia. Liberdade de expressão é uma condição imprescindível para se construir uma sociedade que garanta os direitos das pessoas. Mas as cenas de violência que presenciamos em Curitiba nesta segunda-feira, durante o jogo de Nigéria e Irã, na Arena da Baixada, devem ser condenadas.
Manifestantes, com a identidade escondida por trás de máscaras, provocaram terror às pessoas que caminhavam pelas calçadas, a funcionários do comércio e comerciantes. Quem tentou se defender dos ataques dos vândalos foi ameaçado de agressão física.
Os lojistas foram obrigados a fechar as portas, temendo prejuízos. Agências bancárias e estações de ônibus foram depredadas.
A turma que está contra a Copa e quer resolver suas divergência na base do vandalismo precisa aprender lições de civilidade. Há um grande número de brasileiros claramente contrários aos gastos com o Mundial, mas a maioria não aprova barbárie. O Brasil, reconhecidamente, tem problemas sociais de toda ordem – falta ensino de qualidade, atendimento à saúde adequado e moradias dignas para muita gente, apenas para citar alguns.
Não se muda esse quadro para melhor com ameaça a quem não quer participar dos protestos, com depredação e outros tipos de violência. Atitudes como essa só pioram.
A mudança virá com organização da sociedade, manifestações pacíficas e escolhas certas no momento das eleições. O país necessita avançar na democracia participativa, a exemplo do que é realidade há muitos anos em países desenvolvidos. Necessita também de maior participação popular nas decisões dos governos, transparência e bom senso.
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