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Meu amigo ganhou o Jabuti. E daí
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A Voz do Ventríloquo
Ademir Assunção, o meu poeta Pinduca, vai receber o prêmio Jabuti de poesia. Esses momentos trazem de volta o Perobal da Universidade Estadual de Londrina, quando os ventos das manhãs embalavam nossos sonhos em meio a livros, leituras e estudos. Valeu a estrada, os muitos caminhos.

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“Nunca ganhei prêmios com minha poesia – não corro atrás deles e também não escrevo para ganhá-los. Mas a poesia me deu grande parte dos meus melhores amigos e amigas – que compartilham o mesmo interesse vívido pela arte em geral e pela poesia em particular. Muitos dos meus melhores vôos de pensamento e das minhas emoções mais profundas vieram através da poesia ou foram traduzidos em poemas. Quando releio ou escuto alguns poemas, escritos por mim ou por outros poetas, falados ou cantados, ainda sinto, muitas vezes, a pele se arrepiando. Alguns poemas até me provocaram lágrimas furtivas e, muitas vezes, disfarçadas, para que ninguém notasse. Muitos poemas me desassossegaram de tal maneira que me fizeram mudar de rumos, sair por aí, procurar outras ruas. A poesia me deu até algum dinheiro, para mim e para os músicos que tocam comigo – não o suficiente para sobreviver, mas isso não importa, eu me viro de alguma forma. A poesia me deu, sobretudo, um norte, mesmo que seja um norte desnorteado. Um jeito de observar as coisas. Um sentido, mesmo quando tudo em volta não tem o menor sentido, e por isso mesmo, um sentido. A poesia me deixa mais vivo e mais atento, não tenho dúvida alguma. Você acha pouco?”
Ademir Assunção, em 14/9/2013.

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