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Movimento "Não Demita" term adesão de milhares de empresas
| Foto: Divulgação

Em meio ao pânico e as previsões de demissões em massa decorrentes da paralisação da crise do coronavírus, uma ideia que parecia utópica logo virou realidade. É o movimento “Não Demita”, liderado por Daniel Castanho, presidente do conselho e um dos fundadores do grupo Ânima Educação. Inicialmente ele conseguiu a adesão de 40 empresas, com o objetivo de manter empregos até pelo menos o final do mês de maio. Hoje a iniciativa não para de crescer e já se aproxima de 3 mil companhias participantes. Mas o que pensa e quais são os motivos que estão levando tantas empresas a ‘queimarem caixa’ para garantir estabilidade no emprego a seus funcionários durante a pandemia?

Compromisso social, garantia de renda e bem-estar aos empregados, enfrentamento e minimização do colapso da economia, estancamento do desemprego, aposta de que a crise tem data para terminar e que as empresas precisam estar prontas para a retomada quando a pandemia passar. Essas são algumas das razões apresentadas pelas empresas que aderiram ao movimento.

Luiza Helena Trajano, presidente do Conselho de Administração do Magazine Luiza e do Grupo Mulheres do Brasil, diz que neste momento os empresários têm que pensar o que de melhor podem fazer para impedir que a economia entre em colapso. “E nesse momento, o que os empresários podem fazer é não demitir”, reforça.

Daniel Castanho, o idealizador do movimento, fez uma declaração em entrevista à BBC Brasil que se espalhou: “Eu realmente acho que, hoje, as empresas que forem olhar só para si mesmas, na minha cabeça, vão deixar de existir em um tempo muito curto”. Para ele, os empresários precisam entender que fazem parte de um grande ecossistema. “Não adianta achar que tem uma inflamação do seu dedinho esquerdo e, deixa isso lá, porque o resto do corpo está bom. Dá uma infecção generalizada e você morre. Os empresários, as empresas, as pessoas, os líderes, os governantes que não tiverem uma visão holística não existirão no mundo pós-coronavírus”, sentencia.

Veja o que dizem algumas empresas sobre a decisão de aderir ao "Não Demita"

JBS

"Compromisso de longo prazo com o Brasil, com manutenção e geração de empregos e investimentos, é a principal razão que levou a JBS a aderir ao movimento #nãodemita. A Companhia emprega mais de 120 mil pessoas no país, em 130 unidades alocadas em cerca de 100 municípios brasileiros, sendo a principal atividade econômica em mais de 70% deles. Antes do manifesto, a JBS já havia se comprometido a manter seus mais de 240 mil empregos no mundo, e anunciou a contratação de 3 mil novos colaboradores no Brasil."

MRV e LOG CP

Desde o início da pandemia, ambas as empresas dizem estar adotando inciativas para ajudar a sociedade neste momento, desde doações ao governo de Minas Gerais até implementações de processos que visam a segurança e o bem-estar de seus colaboradores e clientes.

“Com esse pacto, garantimos que nenhum colaborador direto seja demitido durante este período, pois o nosso compromisso com o time continua sendo um valor inegociável, mesmo diante dos desafios que enfrentamos neste momento”, diz Rafael Menin, presidente da MRV.

“É nosso dever, como uma grande empresa, encontrar soluções para que nossos colaboradores não sejam prejudicados com essa pandemia”, afirma Sergio Fischer, presidente da LOG CP.

Bradesco

“O Bradesco atua no modelo de carreira interna que valoriza o desenvolvimento, a capacitação e aprimoramento do funcionário desde sua entrada na Organização. Para o banco, a iniciativa do nãodemita.com é um importante compromisso social a ser seguido. Acreditamos no poder da atitude e do otimismo responsável o que nos direciona a continuarmos trabalhando juntos.”

C&A

“Desde o início da pandemia, a C&A vem adotando todas as medidas necessárias para evitar demissões, além de garantir o bem-estar e a segurança dos seus associados. Por isso, para a C&A, participar do manifesto #nãodemita é um movimento natural e que reforça o seu compromisso de mais de 44 anos com os seus funcionários e com o país.”

BR Distribuidora

“A BR tem acompanhado a evolução desse cenário de crise e segue atenta aos seus reflexos junto aos colaboradores, fornecedores, prestadores de serviços e parceiros comerciais. Neste contexto, considera que o momento é de extrema dificuldade e deve ser encarado com consciência, responsabilidade e solidariedade. Por isso, a Companhia está a postos, identificando medidas que possam mitigar os impactos dessa situação em toda a cadeia produtiva da distribuição de combustíveis, a começar pelo seu público interno que é a alma da empresa. O momento exige união, solidificando o sentimento de companheirismo que inspira a cultura organizacional da BR. Não demitir é uma decisão alinhada ao espírito colaborativo que a Companhia entende ser o caminho para que todos possam sair juntos dessa situação excepcional.”

No manifesto que deu origem à mobilização do “Não Demita”, os empresários participantes fazem a seguinte ponderação: “Se você já foi fortemente afetado pela crise ou está passando por dificuldades financeiras na sua empresa e realmente não tem caixa para evitar demissões, ainda assim, pare uns minutos e reflita. Desligar gera um custo imediato, muitas vezes maior que dois meses de salários, e há linhas de crédito e outras soluções que estão sendo criadas todos os dias para ajudar as empresas a atravessar a tempestade”.

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