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Fotos: Jonathan Campos
Fotos: Jonathan Campos| Foto: Gazeta do Povo

Quem visita os parques, praças e algumas ruas de Curitiba logo percebe o colorido dos canteiros de flores da cidade. O observador mais atento que passa mais de uma vez – e em estações diferentes – por um mesmo lugar também vai perceber que a cada temporada as cores mudam de tom. O que algumas pessoas talvez não sabem é que esses ‘tapetes vivos’ que encantam e espalham charme em meio ao cinza do concreto curitibano só é possível pela dedicação da equipe do horto municipal localizado no bairro Guabirotuba. Um trabalho que exige paciência e técnica, mas que oferece grande contribuição à capital paranaense.

Implantado em 1936 numa área de 59 mil metros quadrados, o Horto do Guabirotuba produz cerca de 150 mil mudas por mês, chegando a mais de 1,8 milhão anualmente. Nas suas estufas e canteiros brotam, crescem e florescem todos os anos milhares de amores-perfeitos, sálvias, petúnias, tagetes, begônias, cravinas, bocas-de-leão e tantas outras espécies. Além do cultivo de flores, a equipe do horto também faz os vasos das floreiras que são colocadas nas ruas, como as expostas na Rua XV, no centro da cidade.

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A engenheira agrônoma Josy Moraes, que integra o time, se diz apaixonada pelo faz. Há 18 anos no Horto, ela conta que uma de suas paixões é ver a cidade colorida. “Procuramos cultivar plantas mais rústicas, mais resistentes ao ambiente urbano”, diz ao explicar o processo que vai desde a semeadura das sementes até o florescimento, momento em que as plantas são transferidas para os locais públicos. “No inverno é mais demorado, leva uns 90 dias desde a germinação até as primeiras flores. Já no verão é mais rápido, em 60 dias temos flores prontas. É que no verão há mais luminosidade, as espécies se estabilizam mais rápido, absorvem mais nutrientes e água”, observa.

Agora em agosto, a turma do Horto já está começando a semear as flores que vão colorir a cidade no verão. As plantas levadas para os canteiros e floreiras duram em média 3 meses em exposição. Depois têm que serem substituídas. “Cultivamos flores de inverno e de verão, que também são expostas na primeira e no outono”, explica Josy, que revela saber a preferência do prefeito Rafael Greca: “Ele adora SunPatiens, uma espécie que é sucesso no mundo inteiro por suas cores e fácil adaptação. É uma planta que poderia florir durante os 12 meses do ano, mas não tolera geada”. Não à toa o gosto do prefeito. A SunPatiens é reconhecida mundialmente como a melhor planta florífera ornamental em sua categoria e tem uma vasta diversidade de cores e tons.

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Responsável pela gestão da equipe, José Roberto Roloff, diretor do Departamento de Produção Vegetal, vinculado à Secretaria de Meio Ambiente, diz que o local público onde tem mais flores produzidas no Horto é o Jardim Botânico. São mais de 100 mil flores, de diversas espécies. Mas o maior consumidor das plantas do Horto é o Departamento de Parques e Praças, responsável por expor as plantas na maior parte dos locais públicos da cidade.

A programação para o Jardim Botânico, segundo Roloff, é feita anualmente. A cada ano são escolhidas as espécies, as cores das flores e os desenhos dos canteiros que irão receber as plantas. Todo esse cuidado tem lá sua razão, afinal o Jardim Botânico é um dos principais cartões postais de Curitiba, visitado por gente de todo o país e até do exterior.

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Além das flores de estações (verão e inverno), os trabalhadores e trabalhadoras do Horto produzem também para datas específicas. Agora, por exemplo, eles estão cultivando flores de tons rosa para serem plantadas em outubro, em referência ao ‘Outubro Rosa’. O mês é marcado pela campanha de conscientização das mulheres e da sociedade sobre a importância da prevenção e do diagnóstico precoce do câncer de mama e do câncer de colo do útero. Em setembro a equipe começará a semear as flores vermelhas, que vão colorir a cidade em dezembro, com as cores do Natal.

O impacto do cultivo de flores do Horto do Guabirotuba extrapola seu objetivo de embelezar a cidade e oferecer melhor qualidade de vida aos curitibanos e seus visitantes. A produção influência também no comércio de flores da cidade, ditando o que vai ser mais consumido nas floriculturas a cada estação.

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“Nós induzimos o mercado de flores da cidade, mesmo que não tenhamos esse objetivo. Muito do que plantamos nas ruas, parques e praças acaba despertando o interesse das pessoas. Os consumidores procuram as floriculturas para comprar uma ou outra espécie que viram nos locais públicos e, com isso, os produtores privados passam a cultivar as mesmas espécies”, diz Roloff. “A cidade estando bonita, mais pessoas passam a comprar flores, o que impulsiona o mercado”, acrescenta ao enfatizar que há quem veja flores como gasto, sem considerar que além de embelezar e dar um sentido à vida, as flores também são fonte de emprego e renda.

Espécies e tons diferentes

Conheça um pouco das flores que colorem os parques, praças e ruas da cidade:

Amor-perfeito

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O nome já diz tudo. A flor amor-perfeito significa amor romântico e duradouro. Simboliza também a glorificação do trabalho. É uma pequena planta rasteira que atinge no máximo 15 cm de altura, com flores de cerca de 1,5 cm de diâmetro, de origem europeia. Floresce de abril a setembro e as flores podem ser roxas, azuis, amarelas ou brancas. É polinizada pelas abelhas. Suas aveludadas flores estão associadas à reflexão, ao pensamento e às recordações amorosas.

Boca-de-Leão

Muito presente nos Arquipélagos dos Açores e da Madeira, a boca-de-leão floresce no final do inverno e início da primavera, sendo comum também em grande parte da Europa. Sua flor pode atingir a altura de 70 cm e são muito utilizadas em decorações ou em canteiros. São lindíssimas e acrescentam colorido especial aos jardins. Suas cores variam entre tons de vermelho, laranja, rosa, roxo, amarelo e branco.

Tagetes

São plantas anuais e perenes da família do girassol. O gênero é nativo da América do Norte e Sul, mas algumas espécies se naturalizaram ao redor do mundo. Suas flores são alaranjadas, amarelas ou vermelhas, a maioria com cheiro forte. No México, o tagetes é muito importante na decoração do “Dia dos Mortos”, uma festa muito popular, motivo pelo qual é chamada de “Flor-dos-mortos”. O florescimento ocorre na primavera e verão.

Cravina

Produção de flores de inverno no Horto Municipal de Curitiba – flores produzidas no Horto são plantadas na floreiras das ruas de Curitiba – flores boca-de-leão, cravinia, amaor-perfeito e verbenas – Luiz Carlos Straube, chefe de produção trabalhando no viveiro de mudas da prefeitura de Curitiba.
Produção de flores de inverno no Horto Municipal de Curitiba – flores produzidas no Horto são plantadas na floreiras das ruas de Curitiba – flores boca-de-leão, cravinia, amaor-perfeito e verbenas – Luiz Carlos Straube, chefe de produção trabalhando no viveiro de mudas da prefeitura de Curitiba.| Gazeta do Povo

A cravina oferece um período de floração muito longo, de março a abril até o final de outubro. Suas flores são simples ou variadas e vão do branco ao vermelho passando por rosa, roxo ou púrpura. É uma planta de origem chinesa cujo cultivo é muito fácil. Pode ser semeada em canteiros, jardineiras ou vasos, mantendo-os a pleno sol e com fartura de água, mas não gosta de temperaturas muito altas.

Sálvia

É uma planta perene e muito resistente que dá flor lilás, rosa, azul ou branca. É fácil de plantar e necessita apenas de muito sol, uma boa drenagem e boa circulação de ar. Originária da região mediterrânica, é muito usada na medicina popular (em latim seu nome é "salvi", que quer dizer salvar). Além de colorir os jardins e servir como remédio, a sálvia também vai bem na culinária. Na cozinha Ocidental é usada para dar sabor a carnes, queijos, e algumas bebidas.

SunPatiens

Popularmente conhecida no Brasil como “maria-sem-vergonha” – e também como beijo –, é uma das plantas floríferas mais comuns nos jardins do mundo inteiro. É nativa da África oriental, do Quênia até Moçambique, passando por Zanzibar. Seu sucesso mundial veio após a Sakata Seed Corporation e o governo da Indonésia formalizarem um acordo internacional que resultou no desenvolvimento de novas variedades, mas resistentes a doenças e de fácil adaptação. Só não resiste a geadas. Tornou-se uma das preferidas por manter um colorido excepcional até o final da temporada, com mais de 25 tonalidades de cor.

Begônia

A flor da begônia significa felicidade, delicadeza e cordialidade. É também indicada para namorados apaixonados. Existem mais de mil espécies de begônias, e são muito apreciadas pelas suas flores de um colorido único. O clima brasileiro favorece o seu desenvolvimento e a begônia floresce com facilidade principalmente no Sul, onde o clima é mais ameno.

Petúnia

Floresce na primavera e verão e pode apresentar-se nas cores vermelha, azul, rosa, laranja, salmão, púrpura e branca. O nome da flor também é usado como nome próprio feminino. Originária da América do Sul, as petúnias adaptam-se muito bem a canteiros, vasos, jardineiras, cercas e forrações. É muito usada para embelezar jardins residenciais, assim como praças e parques públicos, além de salas e escritórios.

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