Muitas pessoas contestam a tese de que as últimas eleições no Brasil foram marcadas por uma profunda divisão de classe. Na realidade, há muita gente que nega o conceito de classe social, mas cai em contradição ao se referir à “nova classe C” ou “nova classe média”.
Nestas eleições, considerando as sondagens de intenção de voto divulgadas até agora, o país está dividido. Os dados de dois dos maiores institutos de pesquisa, Datafolha e Ibope, mostram que há uma preferência dos eleitores de baixa renda pela candidata à reeleição Dilma Rousseff (PT). No outro lado, na faixa de melhor renda, o candidato com melhor desempenho é o senador Aécio Neves (PSDB).
No recorte por renda familiar da pesquisa Datafolha divulgada em 17/07, Dilma tem três vezes mais indicações de voto [42% a 14%] do que Aécio na faixa de até dois salários mínimos. No Ibope de 07/08, a vantagem da presidente na faixa de até um salário mínimo chega a quase quatro vezes [50% a 13%].
Na outra ponta, dos que ganham mais, a situação é favorável ao tucano. No Datafolha, Aécio venceria por 35% a 28% na faixa acima de dez salários mínimos. No Ibope, a vantagem do candidato do PSDB seria de 38% a 23% na faixa acima de cinco salários mínimos.
Os grandes jornais, as TVs, rádios e revistas deram pouco destaque para a “questão renda” nas pesquisas. Deveriam avaliar melhor para entender a atual divisão política no país e a vantagem dos governistas.
Mesmo que os dois candidatos com maior intenção de votos nas pesquisas recusem rótulos, não se pode negar que está bem perto do senso comum entre o eleitorado de que há um candidato dos ricos e uma candidata dos pobres – tenha ou não fundamento. Popularmente, o que se ouve nas ruas é “candidato dos coxinhas” e “candidata do povão”. Vá entender.
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