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Cunha em reunião com Maranhão, seu aliado, em 5 de abril passado. Luis Macedo/Câmara dos Deputados
Cunha em reunião com Maranhão, seu aliado, em 5 de abril passado. Luis Macedo/Câmara dos Deputados| Foto:
Cunha em reunião com Maranhão, seu aliado, em 5 de abril passado. Luis Macedo/Câmara dos Deputados

Cunha em reunião com Maranhão, seu aliado, em 5 de abril passado. Luis Macedo/Câmara dos Deputados

Logo após o deputado Waldir Maranhão (PP) ter anulado a votação do impeachment de Dilma Rousseff, as análises dos supostos motivos que levaram o presidente interino da Câmara a tomar tal decisão ganharam o tom da cor partidária de cada analista.

Os defensores do impeachment se apressaram a afirmar que o governo é o único responsável pela articulação que levou Maranhão a pedir ao Senado a devolução do processo de impeachment para ser votado novamente.

De outro lado estão analistas que acusam o presidente afastado da Câmara, Eduardo Cunha, de estar por trás da decisão do presidente interino da Casa.

Para independentes, foram os dois fatores que levaram Maranhão a uma jogada inesperada. Um conjunto de fatores políticos contribuíram para o ato.

Os governistas, muito antes de Maranhão assumir a presidência da Câmara, já vinham tomando uma série de medidas para reverter a votação do impeachment. Para isso foram apresentados recursos ao Supremo Tribunal Federal (STF) e à própria Câmara, quando ainda Eduardo Cunha não estava afastado.

Em outro front, Maranhão, aliado de Cunha, visitou o presidente afastado no dia seguinte à decisão do STF. O conteúdo do encontro é mantido em sigilo, mas, no final de semana, vazaram informações de inúmeras ameaças do peemedebista.

O ex-governador Anthony Garotinho, que conhece Cunha há muitos anos – os dois têm base política no Rio de Janeiro –, afirmou ter recebido informações de que o presidente afastado da Câmara estaria disposto a fazer de tudo para se vingar caso fosse afastado.

“Ontem conversei por telefone com um deputado federal do PR amigo íntimo de Eduardo Cunha. Ele tinha estado com Cunha minutos antes em sua residência oficial. Fez algumas afirmações que são de arrepiar os cabelos. Talvez não seja próprio revelar todas, mas uma, com certeza, já deve ter chegado a Michel Temer. Eduardo Cunha disse em alto e bom som a seguinte frase: “Se eu for abandonado não vou sozinho para o sacrifício. É bom que alguém diga a Michel (Temer) e a (Romero) Jucá que eu posso ser o início do fim de um governo que nem começou”. O amigo de Cunha me revelou que nunca tinha visto Eduardo no estado que o encontrou nessa visita. Cunha estava abatido, ansioso e com espírito de vingança”, publicou por Garotinho em seu blog.

Para muitos analistas, Cunha seria um dos mais interessados neste momento em tumultuar o processo, o que daria a ele mais um tempo de sobrevivência política.

Cunha disse à Coluna do Estadão que, com a decisão de Maranhão de suspender o processo de impeachment da presidente Dilma, ele “começa a entender” os motivos que levaram o Supremo Tribunal Federal (STF) a afastá-lo do cargo.

A afirmação é uma tentativa clara do presidente afastado da Câmara de se colocar como vítima e desacreditar a decisão do STF.

Com a “canetada”, Maranhão tenta agradar o governo e também seu aliado, Cunha.

 

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