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Imagem do protesto dos jornalistas do La Nacional na redação do próprio jornal ganhou o mundo. Foto: Rodrigo Néspolo/La Nacion
Imagem do protesto dos jornalistas do La Nacional na redação do próprio jornal ganhou o mundo. Foto: Rodrigo Néspolo/La Nacion| Foto:
Imagem do protesto dos jornalistas do La Nacional na redação do próprio jornal ganhou o mundo. Foto: Rodrigo Néspolo/La Nacion

Imagem do protesto dos jornalistas do La Nacional na redação do próprio jornal ganhou o mundo. Foto: Rodrigo Néspolo/La Nacion

Um editorial do jornal La Nacion, um dos principais e mais tradicionais periódicos da Argentina, provocou grande repercussão internacional. O motivo foi a reação dos jornalistas do diário contra a opinião do próprio jornal em que trabalham um dia após a eleição do oposicionista Mauricio Macri para a Presidência do país.

Além de se manifestarem nas redes sociais, repórteres, editores e fotógrafos do La Nacion fizeram um protesto na redação do jornal. A foto dos jornalistas com cartazes estampando a frase “Eu repudio o editorial” se espalhou pelo mundo.

No editorial, intitulado No Más Venganza (Chega de vingança), o jornal celebra a vitória de Macri e defende uma anistia a repressores condenados por crimes cometidos durante o regime militar argentino (1976-1983). Entidades de defesa dos direitos humanos, parentes de pessoas assassinadas pelos militares e políticos também se manifestaram contra a posição do jornal, de linha conservadora.

O trecho polêmico do editorial do La Nacion

O trecho polêmico do editorial do La Nacion

O jornal The Washington Post, um dos mais importantes dos EUA, classificou o editorial como “uma contribuição incomum do La Nacion”.

O El País, principal diário da Espanha, ressaltou que “a polêmica cresceu tanto que os demais meios de comunicação da Argentina decidiram informar sobre o protesto dos jornalistas” do La Nacion.

A resposta do jornal argentino após a repercussão foi considerada democrática: em defesa da liberdade de expressão, o periódico publicou um artigo sobre as manifestações contrárias ao texto e editou a foto do protesto de seus jornalistas. A empresa afirmou que o editorial reflete “exclusivamente a posição editorial do jornal, e não a de seus jornalistas”.

Além do esclarecimento público, o jornal pediu desculpas à senadora Norma Morandini, que foi citada no editorial por causa de um artigo em que falava da necessidade de reconciliação na área de direitos humanos. A senadora, que teve dois irmãos desaparecidos durante a ditadura, disse que o jornal distorceu seu pensamento.

O Foro de Periodismo Argentino (Fórum de Jornalismo Argentino) emitiu um comunicado em que afirma que “o texto No Más Venganza é de responsabilidade exclusiva da direção da empresa e não necessariamente representa os jornalistas do diário”. O Fórum defende a liberdade e o direito do jornal de publicar seus editoriais, mas expressa discordância com as posições assumidas no texto.

A ditadura militar argentina é considerada a mais violenta na segunda metade do século na América do Sul, com um saldo de 20 mil desaparições e mais de 500 sequestros de bebês.

A resposta do La Nacion após a repercussão do editorial.

A resposta do La Nacion após a repercussão do editorial.

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