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Obama terá memorial de R$ 2,2 bilhões
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Projeto de centro presidencial com museu, biblioteca e fórum espera atrair mais de 600 mil visitantes por ano

Não é um projeto megalomaníaco nem um elefante branco. Pelo menos nas intenções de Barack Obama e sua mulher, Michelle. A proposta de construção de um centro em memória ao ex-presidente, na cidade que é seu berço político, Chicago, ainda está no papel e depende de muitas negociações, mas avança em ritmo surpreendente.

O Centro Presidencial Obama começou a ser pensado nos últimos anos do democrata na Casa Branca. O local escolhido para abrigar o projeto, depois de uma série de estudos e discussões, foi o Jackson Park, no Lado Sul de Chicago, lar de grande parte da população que apoiou a carreira política do ex-presidente.

O centro prevê uma biblioteca para os arquivos presidenciais, um museu dedicado ao mandato de oito anos e um fórum para debates e encontros. Também está nos planos áreas verdes e passeios. A ideia é criar um espaço para o que Obama classifica de envolvimento cívico: um lugar com salas de aula, laboratórios e atividades ao ar livre, com programas que proporcionem aos visitantes experiências os inspirem a transformar suas próprias comunidades.

Para colocar tudo de pé, a conta não será pequena. Cálculos iniciais preveem investimentos de US$ 675 milhões [cerca de R$ 2,2 bilhões]. Os gastos incluem a construção, pagamento de pessoal e despesas operacionais até 2021, quando deverá ser inaugurado.

Muita gente tem perguntado como será possível angariar quantia tão alta de recursos. Nos Estados Unidos foi criado um sistema de bibliotecas e museus presidenciais administradas pelo Escritório de Bibliotecas Presidenciais – ligado à Administração Nacional de Arquivos e Registros (Nara, na sigla em inglês), uma instituição pública. Esses espaços têm como objetivo a preservação e disponibilização dos documentos, registros, coleções e outros materiais históricos de todos os presidentes norte-americanos.

Mas nem todas as bibliotecas e museus de ex-presidentes são administrados pela Nara e são operados por fundações privadas, sociedades históricas ou governos estaduais. Obama optou por esse segundo modelo e corre em busca de outras fontes para se livrar das amaras que o Estado impõe para liberar recursos.

Para atrair doadores, o projeto do ex-presidente lança mão da oportunidade de o projeto se tornar um mecanismo econômico para revitalizar o Lado Sul de Chicago, uma região empobrecida desde a crise de 2008. Também entram no rol de benefícios o volume de dinheiro movimentado por mais de 600 mil visitantes previstos anualmente, o que elevaria a arrecadação de impostos e impulsionaria a economia da cidade.

À Fundação Obama, principal arrecadadora, se somam a Universidade de Chicago, os poderes Executivo e Legislativo da cidade, e a Chicago Community Trust, uma instituição comunitária dedicada a melhorar a cidade. A participação governamental, por meio do Escritório de Bibliotecas Presidenciais, não está descartada, mas terá de superar uma longa negociação.

Obama tem insistido que o maior desafio é fazer com que o Centro Presidencial beneficie as comunidade da região sul de Chicago e promova a democracia em todo o mundo. ‘Nossa missão será criar um lugar atrativo e acolhedor que inspire globalmente as pessoas a apresentar-se para o trabalho mais importante em qualquer democracia – a cidadania’, destaca na apresentação do projeto.

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