Onça morta a tiros em evento da Olimpíada provoca revolta internacional

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Foto: Ivo Lima/Ministério dos Esportes

A morte da onça Juma por militares após o animal participar de uma cerimônia com a Tocha Olímpica em Manaus, no Amazonas, chocou o mundo e vem recebendo protestos de ambientalistas de vários países.

Juma escapou da corrente e foi morta com um tiro de pistola após ter sido apresentada ao público durante a cerimônia.

Veículos de comunicação internacionais destacam o fato de o país ter a onça como símbolo e protagonizar um episódio trágico. Jornais, revistas e TVs como The Guardian, Independent. BBC e CNN denunciaram o caso.

A triste ironia é que o Comitê Olímpico do Brasil (COB) escolheu a onça pintada como mascote da equipe brasileira na Olimpíada. Batizada como o nome Ginga, o mascote foi criado pela Oca Filmes, estúdio brasileiro de design.

Juma depois de morta a tiros por militares. Reprodução Facebook.

Publicações no exterior e ativistas de direitos dos animais disseram que a morte de Juma revela o drama de uma espécie ameaçada de extinção e gera questionamentos sobre a manutenção de animais selvagens em centros do Exército na Amazônia.

Para a BBC, o destino trágico de Juma chama a atenção para a situação cada mais precária da espécie, listada como ameaçada no Brasil pelo Ibama em 2003.

Vários grupos de defesa e conservação dos animais, como o PETA, que defende tratamento ético dos animais, WWF e a Sociedade de Conservação da Vida Selvagem, se manifestaram contra o uso de animais em situação como a promovida pelo Comitê Olímpico. Ambientalistas pediram a proibição desse tipo de apresentação de animais selvagens.

Pelo Twitter, o comitê organizador dos Jogos pediu desculpas por “permitir que a tocha fosse exibida ao lado de um animal selvagem acorrentado”. “Essa cena contraria nossas crenças e valores”, afirmou o comunicado.