Seis entidades que representam o Ministério Público (MP) saíram em defesa do procurador-geral da República, Rodrigo Janot, alvo de críticas desde a decisão de pedir a prisão do presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), do ex-presidente da República José Sarney (PMDB-AP) e do senador Romero Jucá (PMDB-RR).
A pressão para tirar Janot do cargo cresceu depois que as investigações da Lava Jato atingiram os principais líderes do PMDB, ministros e o presidente interino da República, Michel Temer.
Renan revelou que existem no Senado cinco pedidos de impeachment do procurador-geral.
As entidades representativas do MP – Associação Nacional dos Procuradores da República (ANPR), a Associação Nacional dos Membros do Ministério Público (Conamp), Conselho Nacional de Procuradores-Gerais, Associação Nacional de Procuradores do Trabalho, Associação Nacional do Ministério Público Militar e Associação Nacional do Ministério Público do Distrito Federal e Territórios – classificaram de “vileza” as tentativas em curso de se desqualificar o procurador-geral e reafirmam que numa República todos devem responder igualmente à lei.
“O postulado republicano de que todos são iguais perante a lei diz respeito tanto à proteção dos direitos fundamentais quanto ao dever de toda e qualquer pessoa responder por suas condutas ilícitas e criminosas”, advertem procuradores e promotores.
A nota das entidades reforça a tese de que há um movimento em Brasília para abafar ou, pelo menos, dar “uma nova” linha às investigações da Lava Jato. A manobra seria uma tentativa de livrar autoridades e altos políticos envolvidos no esquema de propina da Petrobras.
O pedido de prisão do presidente afastado da Câmara, Eduardo Cunha, de Renan, Jucá e Sarney teve como justificativa atuação dos envolvidos no sentido de interferir e barrar as investigações.
Durante as discussões do impeachment de Dilma Rousseff na Câmara político ligados à petista acusaram a existência de um esquema para afastar a presidente para acabar com a Lava Jato, o que foi negado mais de uma vez pelo governo Temer.
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