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Os 10 filmes premiados pelo Oscar na última década resistem ao teste do tempo?
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O que faz com que um filme se torne um clássico instantâneo ou, com o passar dos tempos, passe a ser admirado e cultuado? Como uma obra resiste aos anos e, mesmo depois de décadas, segue sendo referência para cineastas e espectadores em todo o mundo? Não há respostas fáceis para estas perguntas, tampouco há uma fórmula a ser seguida para produzir um filme que agrade imensamente público e crítica. Afinal, muitos críticos e cinéfilos têm memória curta. Um filme celebrado e admirado neste mês pode ser relegado ao esquecimento no ano seguinte. Em muitos casos, essa empolgação inicial pode nos enganar fácil, fácil.

O site Collider publicou esta semana um artigo muito interessante a esse respeito, de autoria de Adam Chitwood, um dos críticos mais atuantes do portal. O artigo relembra as 10 produções vencedoras do Oscar de Melhor Filme na última década e faz as seguintes perguntas: e aí, esses filmes resistiram ao tempo? Olhando agora, com distanciamento, eles de fato mereceram a estatueta? Pode-se dizer que se transformaram em clássicos ou têm potencial para tal? Acesse aqui o post do Collider (em inglês).

Assim como as perguntas lá no começo do post, são bons questionamentos. Pra lembrar, segue a lista dos filmes premiados pelo Oscar entre 2003 e 2012:

2003 – O Senhor dos Anéis: O Retorno do Rei (The Lord of the Rings: The Return of the King), dirigido por Peter Jackson

2004 – Menina de Ouro (Million Dollar Baby), dirigido por Clint Eastwood

2005 – Crash: No Limite (Crash), dirigido por Paul Haggis

2006 – Os Infiltrados (The Departed), dirigido por Martin Scorsese

2007 – Onde os Fracos não Têm Vez (No Country for Old Men), dirigido por Ethan e Joel Coen

2008 – Quem Quer Ser um Milionário? (Slumdog Millionaire), dirigido por Danny Boyle

2009 – Guerra ao Terror (Hurt Locker), dirigido por Kathryn Bigelow

2010 – O Retorno do Rei (The King’s Speech), dirigido por Tom Hooper

2011 – O Artista (The Artist), dirigido por Michel Hazanavicius

2012 – Argo, dirigido por Ben Affleck

É sabido que uma indicação ou premiação do Oscar não necessariamente é sinônimo de qualidade — os votantes da Academia volta e meia cometem algumas injustiças e deixam de fora obras marcantes para destacar produções de gosto duvidoso, como bem lembrou o blog neste post aqui, sobre os esnobados pelo Oscar. Mas não dá pra negar que a estatueta é um indicativo importante a favor de um filme. De qualquer maneira, o interessante é justamente avaliar até que ponto os filmes premiados continuam rendendo conversas, seguem sendo revistos e, depois de anos, são facilmente lembrados como exemplos de ótimas histórias.

Menina de Ouro: um bom filme, mas longe de ser o melhor de Eastwood.

Menina de Ouro: um bom filme, mas longe de ser o melhor de Eastwood. (Foto: Divulgação)

Para o Collider, entre os 10 filmes citados os que não atingem esse patamar são Crash: No Limite,  Quem quer Ser um Milionário?, O Discurso do Rei, O Artista e, de certo modo, Menina de Ouro. Eu concordo. Vale lembrar que Crash foi o azarão daquele ano e tirou a estatueta do favorito O Segredo de Brokeback Mountain (Brokeback Mountain, 2005), filme que, por tratar de forma tão escancarada a homossexualidade justamente em um gênero tradicional como o western, deve ter incomodado os dinossauros da Academia.

Já em relação a Menina de Ouro  e aí é uma opinião bem pessoal –, certamente não é o primeiro filme que me vem à cabeça quando penso na filmografia de Clint Eastwood. Outras obras, como Sobre Meninos e Lobos (Mystic River, 2003), Os Imperdoáveis (Unforgiven, 1992) e até mesmo Gran Torino (2008) seguem sendo os pontos altos da carreira de Eastwood como diretor. Sim, Menina de Ouro é um bom drama, merece ser visto e apreciado — mas não consta da lista do que se viu de melhor e mais marcante na última década.

Penso o mesmo em relação a  Quem quer Ser um Milionário?. É um filme que foi adorado e celebrado por muita gente na época de seu lançamento, principalmente pelo ar festivo e pela história com final feliz feita sob medida para agradar o grande público. Mas não é a obra pelo qual Boyle será lembrado pelas futuras gerações — posto que ainda é merecidamente ocupado por Trainspotting – Sem Limites (Trainspotting, 1996). Já O Artista tem o seu mérito por ter feito barulho e recebido atenção de parte dos espectadores mesmo sendo em preto e branco e mudo. Porém, quando assisti, lembro que fiquei decepcionado com a história “bobinha” e que pouco tinha a oferecer ao apreço estético com que o filme foi feito e conduzido. Seja sincero: antes de ler este parágrafo você sequer se lembrava que O Artista existia?

Onde os Fracos Não Tem Vez: o primeiro

Onde os Fracos Não Tem Vez: o primeiro “grande clássico” da nova geração, segundo o Collider. (Foto: Divulgação)

Ao fim, fica muito mais fácil falar dos filmes que, conforme prega o Collider, seguem sendo admirados e cultuados. Os Infiltrados pode não ser o mais marcante, mas sem dúvida é um dos filmes mais divertidos de Scorsese. Onde Os Fracos Não Tem Vez virou cult e, mesmo que você já o tenha visto, é difícil não ficar tenso em uma segunda sessão — como diz o Collider, provavelmente é o primeiro “grande futuro clássico” dessa lista. O Senhor dos Anéis: O Retorno do Rei é um final apoteótico para uma trilogia que já conquistou espaço ao lado de outras grandes séries do cinema, como De Volta para o Futuro e Star Wars. O sucesso dos novos filmes baseados no universo de Tolkien e no livro O Hobbit só confirma a admiração dos fãs.

Para outras obras, como Guerra ao Terror e Argo, talvez ainda seja cedo para dizer se elas resistirão bem ao tempo. E talvez daqui a cinco ou dez anos, ao fazermos esta mesma pergunta, tenhamos que rever nossas opiniões. Por enquanto, deixe aqui no blog sua avaliação: dos 10 filmes premiados pelo Oscar, quais já foram esquecidos e quais permanecem vívidos em sua memória?

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