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Top 5: debutando na telona em grande estilo
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Há aquele velho ditado popular que diz que “a primeira impressão é a que fica”. A tese pode não funcionar para muitas coisas, principalmente relacionamentos (quem nunca se surpreendeu ao conhecer melhor aquela pessoa que até então parecia muito estranha?), mas cai como uma luva na concorrida indústria cinematográfica. Vários diretores passam a carreira sem emplacar um grande sucesso – seja entre a crítica ou o público –, mas há aqueles abençoados que, logo de cara, apresentam um filme inovador capaz de abrir portas e sedimentar uma longa e produtiva carreira.

Assim como há aqueles que começam muito bem e nunca mais conseguem repetir o sucesso dos primeiros filmes. Mas não é o caso deste Top 5 de hoje, que relembra as produções que marcaram o início das bem-sucedidas carreiras de grandes diretores.

TOP 5: GRANDES FILMES QUE INICIARAM GRANDES CARREIRAS

Quem Bate à Minha Porta (Who’s that Knocking At My Door, 1967)

Divulgação.
Quem Bate à Minha Porta.

Sou suspeito para falar de Martin Scorsese, mas é preciso reconhecer que seu primeiro filme, Quem Bate à Minha Porta (Who’s that Knocking At My Door, 1967) é mais inovador e intrigante do que outras produções que o diretor assumiria ao longo de sua produtiva carreira. Quem Bate à Minha Porta começou a ser rodado quando Martin ainda estudava cinema na New York University (NYU). Não foi só a estreia de Scorsese na direção, mas também a primeira atuação profissional de Harvey Keitel, que emplacaria outras boas parcerias com o diretor nos anos seguintes, em Caminhos Perigosos (Mean Streets, 1973) e Taxi Driver (1976). A filmagem foi tumultuada e rolou ao longo de três anos, mudando de nome, roteiro e conceito – a ideia surgiu como um curta-metragem. Após ser finalmente lançado, em um circuito limitadíssimo, Quem Bate à Minha Porta venceu o Chicago International Film Festival de 1968. A história gira em torno de um jovem católico que se apaixona por uma garota com um certo segredo – o que importa aqui não é o roteiro em si, mas o exercício virtuoso de edição e direção, com várias cenas improvisadas e rodeadas por um tom onírico e não linear.

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Cães de Aluguel (Reservoir Dogs, 1992)

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Cães de Aluguel.

Já há um bom tempo Quentin Tarantino é o diretor “da moda”. Tanto que ganhou as alcunhas exageradas de “gênio”, “o grande diretor da sua geração”, “o mais original de todos os tempos”, etc e tal. Longe de mim querer subestimar o talento de Tarantino – tenho todos os seus filmes bem guardados lá em casa –, mas o carismático diretor ainda tem muito a mostrar e produzir para chegar perto de algumas lendas como Kubrick e Hitchcock (pra ficar nos mais populares). O fato é que essa aura cool deve-se a filmes espertos que dialogam com os mais diversos gêneros e com a cultura pop como um todo, sempre preenchidos com diálogos originais e tramas repletas de reviravoltas e invencionices. Foi assim que Tarantino caiu no gosto dos críticos e dos cinéfilos com sua homenagem aos filmes de gângsteres, Cães de Aluguel (Reservoir Dogs, 1992). Logo na sua primeira obra ele já escancara as principais marcas que vão acompanhar todo sua filmografia: a violência explícita, os diálogos longos, a narrativa não-linear, os personagens carismáticos que não estão isentos de serem descartados a qualquer momento. De cult, Cães de Aluguel virou pop e ganhou até jogo de videogame. De fato, talvez uma das estreias mais marcantes entre os diretores da geração mais recente de Hollywood.

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Quem Tem Medo de Virginia Woolf? (Who’s Afraid of Virginia Woolf, 1966)

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Quem Tem Medo de Virginia Woolf?

Mike Nichols é mais lembrado por ter garantido um Oscar de Melhor Direção logo no seu segundo filme, o esperto A Primeira Noite de um Homem (The Graduate, 1967). Porém, foi na sua estreia que o ex-comediante, já famoso na cena teatral americana, surpreendeu críticos e público ao adaptar a peça do dramaturgo Edward Albee, Quem Tem Medo de Virgínia Woolf (Who’s Afraid of Virginia Woolf, 1966). Nichols arrancou atuações dramáticas de Elizabeth Taylor e Richard Burton, em um filme com fortes tensões emocionais e sexuais. A fotografia em preto e branco ressalta o drama do casal que, durante uma longa noite, mergulha em discussões, brigas e traumas mal resolvidos, levando consigo dois jovens que são arrebatados pelo fervor de Taylor e Burton. Entre as produções mais recentes – e bem-sucedidas – do diretor estão Closer – Perto Demais (Closer, 2004) e Jogos do Poder (Charlie Wilson’s War, 2007).

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Beleza Americana
(American Beauty, 1999)

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Beleza Americana.

O britânico Sam Mendes é um dos poucos diretores da geração atual que pode se gabar de ter poucos filmes em seu currículo, mas praticamente todos sucesso de crítica. Ano passado, assumiu a responsabilidade em reinventar – novamente – a franquia 007, em 007 – Operação Skyfall (Skyfall, 2012). O seu filme mais lembrado continua sendo o mordaz Beleza Americana (American Beauty), vencedor de cinco Oscar, incluindo Melhor Filme, Melhor Direção e Melhor Roteiro Original. Nada mal para quem tinha dirigido apenas dois filmes para a TV e estava estreando na “verdadeira” indústria cinematográfica. Kevin Spacey também ganhou o Oscar como o pai de família infeliz que resolve dar um giro de 360 graus na sua vida patética ao conhecer a angelical e sexy amiga adolescente da filha. Mesmo os americanos, que não gostam muito de terem seu tradicional american way of life ridicularizado na tela, se renderam à produção. Nos anos seguintes, Mendes emplacou outros excelentes filmes, como Estrada para a Perdição (Road to Perdition, 2002), Soldado Anônimo (Jarhead, 2005) e Foi Apenas um Sonho (Revolutionary Road, 2008).

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The Evil Dead – A Morte do Demônio (The Evil Dead, 1981)

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The Evil Dead – A Morte do Demônio.

Sam Raimi costuma ser paparicado pela sua trilogia do Homem Aranha, que, apesar dos seus altos e baixos, rendeu caminhões de dinheiro. Mas não adianta. A trilogia que alavancou sua carreira foi outra e, mesmo mais de 30 depois, Raimi continua sendo “o cara” que aterrorizou uma geração ao estrear em Hollywood com The Evil Dead – A Morte do Demônio (The Evil Dead, 1981). Para a gurizada de hoje, acostumada com efeitos em CGI e sequências em 3D, The Evil Dead pode soar até meio tosco e pouco assustador, mas, na época, fez barulho e foi idolatrado por toda uma legião de fãs. Tanto que um remake (pra variar), saiu na praça semanas atrás. O sucesso do filme – e das duas produções seguintes, já intituladas no Brasil Uma Noite Alucinante – deve muito para o carisma do protagonista Ash, vivido por Bruce Campbell, em seu papel mais marcante no cinema. A história é simples e certamente você já viu algo parecido em outras dezenas de produções B de terror: um grupo de amigos se isola em uma cabana na floresta e, acidentalmente, acaba liberando espíritos e demônios que vão caçar um por um.

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Lembra de outros diretores que mandaram bem logo em sua estreia no cinema? O que achou dos filmes acima? Comente aqui no blog e bom fim de semana!

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