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Top 5: o clube dos enclausurados
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Algumas semanas atrás postei aqui no blog um Top 5 sobre aqueles filmes minimalistas, que economizam no cenário e se passam quase que integralmente em somente um ambiente – pode ser a sala de um apartamento, um caixão ou uma cabine telefônica.

Há, ainda, os filmes monotemáticos, quando o cenário pode até variar, mas o tema, não. Neste caso, um subgênero bastante difundido e que já rendeu ótimas histórias é o chamado “filme de prisão”. É só pensar um pouco que logo algum título lhe virá à cabeça.

As premissas dos filmes que se passam em presídios, penitenciárias ou coisa que o valha, é, em geral, a mesma: a fuga do lugar. Afinal, a fórmula diz que o protagonista é inocente e, por isso, até o fim da película vai montar um plano mirabolante para deixar a clausura. O que muda, nestes casos é o tom. Difícil comparar, por exemplo, Um Sonho de Liberdade (The Shawshank Redemption, 1994) com o recente Plano de Fuga (Get the Gringo, 2012), protagonizado por Mel Gibson.

Menos comuns, mas normalmente mais impactantes, há os filmes mais sérios, que, em tom documental, procuram mostrar as agruras de quem foi parar atrás das grades e precisa sobreviver em meio a condições precárias, guardas inescrupulosos e um sistema corrupto – independente se o infeliz é inocente ou não. Se encaixam nessa linha produções como Hurricane – O Furacão (The Hurricane, 1999), O Homem de Alcatraz (Birdman of Alcatraz, 1962) e Brubaker (1980).

Abaixo foco em alguns filmes que, apesar de muito diferentes entre si, têm em comum protagonistas enclausurados.

TOP 5: FILMES QUE SE PASSAM EM UMA PRISÃO

Papillon (1973)

Divulgação.
Papiloon: a principal referências para os filmes de “fuga da prisão”.

Um dos filmes mais reverenciados quando se fala em “fuga da prisão”, Papillon tem a seu favor ainda o fato de ser baseado em uma história real, contada em livro pelo próprio protagonista décadas depois de uma escapada considerada impossível. Steve McQueen interpreta o personagem que dá nome ao filme e é enviado para uma prisão no meio da selva, na Guiana Francesa. Lá, torna-se próximo de um prisioneiro falsário e muito esperto vivido por Dustin Hoffmann. A amizade entre a dupla e as diversas tentativas de fuga de Papillon formam o cerne do filme, que, antes de ser uma produção de ação, é um drama sobre companheirismo e sofrimento, em um ambiente hostil.

A Fortaleza (The Fortress, 1992)

Divulgação.
A Fortaleza: sci-fi B tem Cristopher Lambert como o fujão da vez.

Mais um entre os vários filmes B protagonizados por Cristopher Lambert, que, em seus momentos áureos, já foi um Highlander e até o Rayden do Mortal Kombat. Vale pela ambientação futurista e pela prisão inusitada: as celas ficam em um complexo instalado quilômetros embaixo da terra. Lambert vive o infeliz que, junto da esposa grávida, tenta escapar dos Estados Unidos para o México devido a uma política severa de natalidade implantada no país. Não dá certo e os dois vão parar na dita prisão, que conta com todo um arsenal high tech para controlar os prisioneiros – inclusive uma espécie de chip que é instalado dentro do corpo dos detentos e permite que os administradores “leiam” o pensamento dos enclausurados, além de incapacitá-los com o apertar de um botão. Claro que o protagonista não vai sossegar enquanto não for o primeiro a conseguir escapar da prisão – com a esposa a tiracolo. A Fortaleza rendeu ainda uma continuação, onde a prisão, dessa vez, é no espaço…

Penalidade Máxima (Mean Machine, 2001)

Divulgação.
Penalidade Máxima: na zaga ou na ataque, esses jogadores chegam matando (mesmo).

Comédia inglesa em que o eterno coadjuvante Vinnie Jones (o bad gay truculento de Jogos, Trapaças e Dois Canos Fumegantes) finalmente vira protagonista. Ele interpreta um jogador de futebol renomado que extravasa na estrada e vai preso. Não dá outra: o diretor da prisão fica animado com o convidado ilustre e logo uma partida histórica entre o time dos detentos e o dos agentes prisionais é marcada. Cabe então a Vinnie Jones vasculhar a prisão para achar, entre os detentos, alguns capazes de conseguir chutar uma bola no jogo de futebol. Comédias inglesas costumam ser muito mais sóbrias do que as americanas, mas essa acerta em cheio ao apostar em personagens carismáticos e nos treinos atrapalhados no campo da prisão. Jason Statham, hoje herói de filmes de ação, rouba a cena como um psicótico que vive na solitária mas é escalado para o papel do goleiro. Penalidade Máxima ganhou uma versão americana em 2005, Golpe Baixo (The Longest Yard), protagonizada por Adam Sandler e, dessa vez, focando o futebol americano. Mas não se iguala ao filme original.

À Espera de um Milagre (The Green Mile, 1999)

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À Espera de um Milagre: além de ser inocente, o preso também tem poderes sobrenaturais.

Algumas das melhores adaptações de obras de Stephen King tiveram à frente o diretor Frank Darabont, responsável por Um Sonho de Liberdade e O Nevoeiro (The Mist, 2007). Em À Espera de um Milagre, Darabont volta ao tema da prisão dessa vez apresentando uma espécie de fábula nos anos 1930. Tom Hanks interpreta o chefe de uma equipe de agentes prisionais responsável por fazer a guarda dos detentos que estão prestes a irem pra cadeira elétrica. Até que surge o grandalhão – porém ingênuo – John Coffey, interpretado por Michael Clarke Duncan. Logo os agentes descobrem que o brucutu, acusado de ter estuprado e matado duas crianças, é uma pessoa com dotes “especiais”. À Espera de um Milagre foi indicado para 4 Oscar, incluindo Melhor Filme, Melhor Roteiro Adaptado e Melhor Ator Coadjuvante, para Michael Clarke Duncan. Filme que, apesar de longo e um pouco arrastado, emocionou e continua cativando muita gente por aí.

Carandiru (2003)

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Carandiru: retrato de um sistema prisional que continua falido até hoje.

Baseado no livro de grande sucesso do médico mais famoso do Brasil, o doutor Dráuzio Varella, Carandiru traz para a tela vários episódios vividos pelos “frequentadores” da Casa de Detenção de São Paulo, tanto os presidiários quanto os agentes prisionais. As histórias vieram à tona durante a instalação de um programa de prevenção contra a Aids capitaneado por Varella. O elenco é grandioso e inclui figurinhas carimbadas da dramaturgia brasileira, como Wagner Moura, Rodrigo Santoro, Lázaro Ramos e Milton Gonçalves. O clímax do filme, como não poderia deixar de ser, é o massacre de 111 detentos em 1992, mortos por forças policiais. Obra de força de Hector Babenco, ainda considerada uma das mais memoráveis da “retomada” do cinema brasileiro.

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Menções honrosas para Alcatraz – Fuga Impossível (Escape from Alcatraz, 1979), A Última Fortaleza (The Last Castle, 2001), o francês O Profeta (Un prophète, 2009) e O Expresso da Meia-Noite (Midnight Express, 1978). E aí, se lembra de mais algum? Assistiu aos filmes citados? Deixe aqui seu comentário e ótimo fim de semana!

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